Crítica: Identidade (2003, de James Mangold)


Indicado ao Teen Choice Award de 2003 como Melhor Filme de Terror/Suspense (premiação criada pela Fox que acontece anualmente desde 1999,  tendo como maior foco a audiência dos adolescentes), ‘Identidade’ possui um roteiro que transita entre o clichê e a engenhosidade, ganhando a atenção do espectador gradativamente ao apresentar personagens carismáticos e uma trama misteriosa.

Uma cadeia de eventos faz com que um grupo de pessoas sem aparente relação fiquem presas em um motel em detrimento de uma tempestade, que fecha as principais vias das estradas. As coisas começam realmente a acontecer quando um policial (Ray Liotta) trazendo um prisioneiro (Jake Busey) chega ao tal motel, a procura de um quarto para passar a noite.

O grande mistério do filme paira sobre encontrar o autor dos assassinatos que passam a acontecer no motel, causando o pânico e muitas vezes o desentendimento do grupo. Em paralelo aos acontecimentos do motel, um homem chamado Malcom Rivers (Pruitt Taylor Vince), sentenciado à pena de morte pelo homicídio de seis pessoas em um conjunto de apartamentos, é submetido à avaliação psicológica um dia antes de sua condenação, diante do psiquiatra e testemunhas imprescindíveis ao seu julgamento, graças ao achado de novas evidências, um diário contendo anotações de seus pensamentos, que podem comprovar uma condição mental deturpada.


Apesar da primeira parte do filme parecer bastante simplista e trivial, com uma fórmula já muito conhecida, a segunda parte consegue mesclar com maestria a trama do motel com a do assassino condenado, dando ao espectador uma inesperada sensação de gratificação, gerando um interesse ainda maior para ver a conclusão da história.

A primeira vista, o clima mórbido do motel de estrada e a premissa genocida lembram Psicose, de Alfred Hitchcock, mas com o desdobrar dos acontecimentos, o filme vai ganhando uma particularidade própria. O filme tem forte inspiração no O Caso dos Dez Negrinhos escrito por Agatha Christie, no qual dez pessoas sem nenhum conhecimento prévio uma da outra acabam ficando isoladas em uma mansão de uma ilha em detrimento do mau tempo, quando misteriosamente passam a ser mortas uma a uma.

Uma curiosidade é que o poema recitado por Malcom Rivers, que no filme ele diz ser de sua autoria quando criança, é na verdade de uma peça chamada Psyco-ed escrita em 1899 por um poeta americano chamado William Hughes Mearns.


A fotografia do filme consegue oferecer olhares muito interessantes, principalmente em decorrência da chuva que permeia durante todo o longa, gerando cenografias ao mesmo tempo que sombrias, bem misteriosas, com um aspecto meio noir. Por se passar no ambiente escuro do motel, a tempestade ajuda a dar um charme maior, sendo quase um personagem que se mescla aos cenários.

A trilha sonora composta por Alan Silvestri (de Forrest Gump, De Volta Para o Futuro e Náufrago) consegue te transportar para o ambiente de mistério e suspense do filme, criando um clima bastante peculiar.

Em suma, salvo as atuações dos atores que possuem um carisma bastante envolvente, Identidade demora para realmente cativar, não por ser entediante, arrastado ou ter um roteiro mal desenvolvido, mas porque sua real trama tem como máscara clichês muito presentes em filmes do gênero.







Título Original: Identity


Direção: James Mangold


Elenco: Amanda Peet, John Cusack, Ray Liotta, Alfred Molina, Clea Duvall, John McGinley, John Hawkes, Rebecca De Mornay, Pruitt Taylor Vince, Jake Busey, Bret Loehr, Holmes Osbome



Sinopse: Um grupo de pessoas fica presa em um motel devido à uma tempestade que fecha o caminho da estrada. A chegada de um policial (Ray Liotta) trazendo um prisioneiro ao motel desencadeia uma corrente de assassinatos misteriosos.  



Trailer:



Galeria de Imagens:



“As I was going up the stair, I met a man who wasn’t there.
He wasn’t there again today. I wish, I wish he’d go away.”


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