Crítica: A Girl Like Her (2015, de Amy S. Weber)


No mês da prevenção ao suicídio, o
#SetembroAmarelo, o blog Minha Visão do Cinema traz uma recomendação de filme
sobre o tema*   

‘A Girl Like Her’ é um drama norte americano escrito
e dirigido por Amy S. Weber. O longa aborda um assunto que, ainda que
considerado triste e pesado, merece e precisa cada vez mais ser lembrado: o crescente número de adolescentes que tentam (e na maioria das
vezes conseguem) tirar a própria vida em conseqüência do bullying.




De início, somos apresentados ao colégio “South
Brookdale High School” – uma típica
high school americana – que acaba de
entrar no ranking dos melhores colégios dos Estados Unidos. Por se tratar de um
colégio público, um documentário passa a ser produzido como forma de homenagear
a escola e seus alunos. No entanto, no meio das filmagens, todos recebem a
notícia de que uma das alunas, Jessica Burns (Lexi Ainsworth), entrou em coma ao tentar dar um fim à própria vida.
 


Ninguém parece saber o porquê daquilo ter acontecido. Questionados pela
equipe do documentário, alguns alunos dizem que Jessica era uma garota doce,
mas que a conheciam apenas de vista. Outros afirmam ter sido colegas de classe
da garota, mas que nunca haviam conversado. Os professores dizem que se tratava
de uma garota tímida, de poucos amigos, mas que não havia nada que chamasse atenção
de maneira negativa em seu comportamento. Por
que uma estudante normal e sem grandes problemas tentaria algo tão drástico? As
tantas perguntas levantadas impulsionam o início de um “burburinho” nos
corredores envolvendo a garota mais popular da escola, Avery Keller (Hunter
King). Aparentemente, Avery e seu grupo de amigas, todas populares, ocasionalmente perturbava Jessica. “Coisa de
adolescente”, 
dizem os professores, como sempre. 

Ainda assim, não se sabe qual a relação das “brincadeiras” de Avery e suas amigas e o trágico ocorrido. A resposta é revelada por Brian
(Jimmy Bennet) o fiel melhor amigo de Jessica. Brian sabe de algo que colocaria
um fim em todo o mistério e resolve mostrar as evidências para a equipe de
filmagem do documentário: ele e Jessica haviam secretamente filmado
todo
o desenfreado bullying sofrido diariamente pela garota. A partir desse momento,
a história toma rumos impactantes que
merecem ser conferidos.


O modo em que o filme é construído é uma sacada
um tanto quanto genial, apesar de arriscada. Arriscada, pois há aqueles que
torcem o nariz ou simplesmente não gostam desse tipo de narrativa estilo “
found
footage” e
docudrama. Genial por, em minha opinião, ter sido escolhida com um objetivo
bem interessante: chamar a atenção não só do público em geral, mas
principalmente a do principal público alvo da produção, aquele público para o
qual o longa deseja passar uma mensagem: os estudantes – principalmente os adolescentes.
 


Um dos melhores aspectos do filme é o fato de
que, por meio do suposto documentário, o bullying é mostrado através da perspectiva de todos os envolvidos: a do
agressor (ou bully), a dos professores, a da comunidade escolar, a dos demais
alunos, e, obviamente, também a da vítima. As questões da falta de preparação
dos diretores e professores para lidar com o assunto e o porquê dos
agressores agirem como agem também são abordadas. Mais um ponto positivo para o
filme.
Além disso, também merecem destaque a excelente direção e as atuações
convincentes de todo o elenco. 


*Setembro Amarelo é uma campanha de
conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar
a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas
formas de prevenção. Ocorre no mês de setembro, desde 2014, por meio de
identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla
divulgação de informações. (informações retiradas do site oficial da campanha)

Nota: 9,0/10  


Direção: Amy S. Weber


Elenco: Lexi Ainsworth,
Hunter King, Jimmy Bennett


Trailer: 


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