Crítica: O Homem nas Trevas (2016, de Fede Alvarez)

Chegou aos cinemas brasileiros o novo longa de
Fede Alvarez, que dirigiu o remake de ‘A Morte do Demônio’. ‘O Homem nas
Trevas’ promete ser um dos melhores lançamentos do gênero de terror do ano e se a intenção do diretor era assustar o público, pois olha: então conseguiu. Com uma atmosfera absolutamente sombria, o filme possui uma trama básica, mas no decorrer dos acontecimentos (especialmente quando
o desfecho vai chegando), o espectador é surpreendido de tal forma que vai ficar de
queixo caído.

A história gira em torno de três adolescentes que
bolam roubos muito bem planejados e sem grandes riscos. No entanto, quando
descobrem que um senhor cego esconde uma pequena fortuna em casa, decidem mudar
de estratégia. O problema é que, apesar da casa estar num bairro abandonado de
Detroit, o local é uma fortaleza e o homem é um ex-militar altamente
treinado. O que era para ser o último crime do grupo torna-se uma luta por suas
vidas, pois estão encarcerados na residência de um psicopata cheio de segredos.
Com uma trama simples, confesso que pelo que o teaser me mostrou eu esperava um filme tenso, porém não tanto quanto ele foi de verdade. Me surpreendi, gente! Tem muita coisa que o
trailer esconde e são exatamente estas incógnitas que vão te deixar
boquiaberto. Ficou curioso, não é?



Com relação ao elenco: temos novamente a bela
Jane Levy, de ‘Pequeno Problema, Mega Confusão’, interpretando Rocky, garota que
passou por muitos problemas familiares recentemente e a situação atual dela não
é lá aquela maravilha. Destaco sua incrível performance! Ela conseguiu transmitir todo o sentimento de angústia e desespero que enfrenta ao realizar
um simples assalto que acaba se tornando um dos piores eventos já vividos pela
mesma. Já Daniel Zovatto, de ‘Corrente do Mal’ faz o papel de Money, namorado
de Rocky e jovem cuja vida tem se resumido em aperfeiçoar as habilidades dos
atos que pratica; ele não pensa duas vezes ao ficar sabendo que pode faturar
uma grana fácil em um assalto cujo morador não enxerga, mas não tem
ideia de com quem está se metendo. Sua participação foi plausível e o ator não
deixa a desejar, tirando o fato de ser ambicioso e demonstrar um desejo insaciável
pelo dinheiro, que acaba definindo a personalidade dele. Já Dylan Minnette, de ‘Goosebumps – Monstros e Arrepios’ faz o
papel de Alex, garoto que também não está vivendo seus melhores dias, pois anda
se desentendendo com seu pai e junto com seus amigos anda confuso se deve
continuar ou desistir. O ator é bem carismático e aqui seu desempenho rende um
dos momentos mais tensos da película. Há inclusive um romance implícito entre ele
e Rocky, porém Money já o adverte que espera que ele seja um bom menino e não
ultrapasse a linha da amizade, senão consequências virão. E é claro que não
poderia deixar de citar a interpretação do incrível Stephen Lang, de ‘Avatar’,
como o homem cego. O personagem dele é alguém cheio de traumas e mistérios que
influenciaram ser quem ele hoje é e todos os seus conceitos e motivações são
bem explicitados ao longo do filme. Temos ainda mais alguns atores coadjuvantes:
a atriz Katia Kobor, da série ‘Guilt’, como a mãe de Rocky, Ginger, Emma
Becovici, como Diddy, irmã de Rocky e Jane May Graves como a enigmática Rebecca.



O roteiro foi muito bem trabalhado, sem furos visíveis
do primeiro ao terceiro ato. É interessante a forma como o diretor mantém
o telespectador concentrado e até brinca de certa forma com a lógica de quem
assiste, soltando revelações que realmente ninguém espera que aconteça. A
trilha sonora assinada por Roque Baños também é sensacional! Com músicas que
nos fazem “roer as unhas” de tanta ansiedade, vamos ouvindo faixas que geram
aquele frio na barriga, como só um bom filme de terror sabe fazer. 
Destaco os momentos em que o cão da raça Rottweiler rouba a cena. Quanto a duração, até que foi justa; é cerca de 1 hora e meia de ritmo acelerado e inúmeras partes tensas. Ponto positivo para o jogo de câmeras que se passam totalmente no escuro. Senhor amado, o que são aquelas tomadas? Nunca havia me sentido tão agitado em um thriller!




Em síntese, indico-o para quem é fã de thrillers com
boas doses de tensão. Sem dúvidas vá ao cinema conferi-lo, pois é com certeza
uma das apostas de melhor filme do gênero nos últimos anos. Fede Alvarez nos prestigia
mais uma vez com um terror inteligente e intenso que usa e abusa de sustos perturbadores
(sério, tomei uns 2 pulos e ainda não acredito como um espirro inesperado quase
me fez perder o inquietante clímax da fita), mas no fim
das contas é repleto de cenas inesperados que te fazem adentrar naquele cenário e
acompanhar o que se passa no enredo com aflição e envolvência. O desfecho pode não agradar a todos, por conta de distrair um pouco a nossa mente, mas no meu caso, ele não foi problema nenhum. Recomendadíssimo!



Nota: 9,5

Título Original: Don’t Breathe


Direção: Fede Alvarez


Elenco: Daniel Zovatto, Dylan Minnette, Jane Levy, Stephen Lang, Brak Little, Christian Zagia, Emma Bercovici, Jane May Graves, Jon Donahue, Katia Bokor, Sergej Onopko.


Sinopse: Três adolescentes escapam de roubos perfeitamente planejados. Mas, quando eles estão prestes a realizar seu último crime, assaltar a casa de um senhor cego, o jogo muda. Os jovens estão encarcerados e precisam lutar por suas vidas contra um psicopata cheio de segredos.


Trailer:

Mais imagens do filme:

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