Crítica: Ben-Hur (2016, de Timur Bekmambetov)

Chegou às telas a nova adaptação de um clássico do cinema. ‘Ben-Hur’, longa de Timur Bekmambetov, já está dividindo opiniões entre os
espectadores; enquanto muitos o acham superior ao antigo (que era de 1959, sem
contar com o 1º de 1925), outros pensam que este remake foi desnecessário e
inferior. Eis a questão…


A história gira
em torno de Judah Ben-Hur (Jack Huston), um príncipe que foi falsamente acusado
de traição por seu irmão adotivo, Messala Severus (Toby Kebbell), um oficial do
exército romano. Retirado de seu título, afastado de sua família e da mulher
amada (Nazanin Boaniadi), Judah é feito escravo. Após muitos anos no mar, Judah
é encontrado por Ilderim (Morgan Freeman) e com o passar dos anos se prepara
para retornar à sua pátria em busca de vingança contra Messala. O que não
imaginava era que fosse encontrar redenção ao invés de revanche. Temos uma
sinopse simples e promissora; com um elenco forte pode-se fazer uma película
perfeita, porém não é sempre que a crítica especializada elogia uma
refilmagem, independente da época em que o original tenha sido lançado. Foi o que
aconteceu aqui: a imprensa andou dando uma nota tão baixa nas críticas que ao serem lidas pelos
espectadores, acabam até desanimando a vontade deles de ver o longa. Mas vou ser sincero, estou
indo na contramão e provando que este filme tem potencial, sim!



Falando sobre o roteiro: a meu ver foi adequado e são poucos os chavões que notamos ali. Afinal, a ação ali predomina e chama a atenção do espectador de tal forma que quase impede-o de desgrudar os olhos da tela! Os atores foram bem escolhidos e não tenho aspectos negativos para nenhum ator específico, apenas elogios. Destaque para Jack Huston, de ‘As Palavras’ e ‘Uma Longa Jornada’. O ator arrebentou ao incorporar Judah Ben-Hur! Ele transmite toda uma emoção ao público e quase arranca lágrimas nos momentos de sofrimento que passou no decorrer da fita. Já Toby Kebbell, de ‘Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo’ e ‘Quarteto Fantástico’ (2015) faz Messala Severus, irmão de Ben-Hur que encontra-se em estado de extrema preocupação. Até que ao se tornar um oficial do exército romano, ele atinge seus objetivos e enfim retorna ao lar. No entanto, a aliança entre ele e sua família é posta à prova devido a um embate repentino. Sem saída, Messala não tem outra escolha senão condenar Ben-Hur por um crime que não cometeu e é aí que a situação se agrava ainda mais e o ritmo do filme começa a embalar! Como parte da agradável família Hur, temos Ayelet Zurer, de ‘O Homem de Aço’ como Naomi Ben-Hur, Sofia Black-D’Elia, de ‘Projeto Almanaque’ e ‘Viral’ como Tirzah Ben-Hur (a atriz inclusive anda se saindo muito bem em seus últimos trabalhos) e Nazanin Boniadi, de ‘Homem de Ferro’, como Esther, esposa de Ben-Hur. Todas elas representaram mulheres fortes que também enfrentam lutas pela sobrevivência. Temos ainda o ótimo Morgan Freeman, de ‘Um Sonho de Liberdade’ e ‘Lucy’ interpretando Ilderim, uma das principais figuras do longa e que entrega momentos cômicos. E é claro que não poderia deixar de citar o talentoso Rodrigo Santoro, de ‘300’ e ‘Golpe Duplo’ no papel de Jesus, personagem de extrema importância no enredo e que rende uma das cenas mais tocantes. Seu desempenho está de parabéns! Além de Pilou Baskæ na pele de Pôncio Pilatos que é praticamente o motivo principal dos eventos que se desenrolaram.
Seu comprimento que dura em torno de 2 horas não se tornou cansativo em momento algum (isso que o original dura 3 horas e 42 minutos). Pelo contrário: nem vi o tempo passar de tanto que a história foi cativante e me fez criar uma empatia por todos os personagens. A trilha sonora composta por Marco Beltrami, mesmo compositor de ‘Guerra Mundial Z’ e ‘Águas Rasas’ conta com faixas épicas e traz todo o embalo daquela época. A fotografia comandada por Oliver Wood foi um show à parte! O local onde o filme se passa é encantador e os ângulos de câmera de Bekmambetov são sensacionais! Ademais, com relação aos efeitos visuais, supervisionados aqui por Jim Rygiel: foram surreais, porém nada exagerados. O CGI é algo quase não errôneo de tão bem feito que foi. O 3D é maravilhoso! Te faz adentrar naquele universo heroico e em particular a parte da corrida de bigas na arena. Nossa, foi fantástico o visual daquela cena! Quanto ao final, ele evidencia-se emocionante e pra falar a verdade quase me arrancou lágrimas. Recomendo a todos que vejam sem esperar que seja algo tão fiel ao original de 59, pois provavelmente irão se iludir. No geral, curti bastante a obra de ‘Ben-Hur’. Com um orçamento de $100.000.000, o diretor russo Timur Bekmambetov, de ‘O Procurado’ e ‘Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros’ caprichou nos detalhes e nos brinda com o que sabe fazer de melhor: um filme eletrizante e cheio de adrenalina envolta. Contudo, ao abordar temas como vingança, amizade, companheirismo, lealdade e laços de família, ‘Ben-Hur’ é a dica para você assistir no fim de semana! Você com certeza irá curtir!

Nota: 9


Título Original: Ben-Hur

Direção: Timur Bekmambetov

Elenco: Jack Huston, Toby Kebbell, Morgan Freeman, Rodrigo Santoro, Ayelet Zuer, Alan Cappelli Goetz, Dato Bakhtadze, David Walmsley, Haluk Bilginer, James Cosmo, Jarreth J. Merz, Julian Kostov, Marwan Kenzari, Moises Arias, Pilou Asbek, Sofia Black-D’Elia.

Trailer:
BÔNUS:
CITAÇÃO:

Messala Severus: ” – deveria ter ficado longe.”
Judah Ben-Hur: ” – e você deveria ter me matado.”
Messala Severus: ” – mas eu vou.”

Mais imagens do filme:






E aí, o que achou do filme? Conta pra gente em seu comentário!



Deixe uma resposta