Crítica: Como Eu Era Antes de Você (2016, Thea Sharrock)







Não dá para dizer que esse filme foi uma surpresa, porque não foi.
Romances seguem um rumo que aos poucos, vai criando uma ideia do que vai
acontecer e que provavelmente alguém no final não vai ficar muito feliz
com o resultado. Geralmente é o expectador. Entretanto consegue ser um
filme inteligente, engraçado na medida certa, sem forçar as situações e
que vai te ganhando com a história. Para os mais sensíveis, prepara o
lencinho e vem comigo!

Louisa Clark (Emilia Clarke) vive uma garota desajeitada e cheia de vida, que mora no interior com os pais e que, após perder o emprego, aceita um trabalho na casa de uma família rica sem saber exatamente o que precisaria fazer. Então, ela vai trabalhar na mansão dos Traynor, como cuidadora de seu filho William (Sam Claflin) que ficou tetraplégico depois de um acidente. Fica claro que seu papel ali não é exatamente cuidar dele no sentido físico mas sim no sentido emocional. Tentando animá-lo e fazer companhia, mesmo contra a vontade dele. Aos trancos e barrancos os dias vão passando e finalmente Lou consegue derrubar algumas barreiras em relação a Will. Apesar das coisas aparentemente estarem indo bem, descobrimos o que realmente está se passando nessa família.



Will sempre foi um homem ativo, com aparência, dinheiro e vigor físico, alguém que realmente amava ser quem era. E de uma hora para outra ele vira um fardo, tendo ajuda para tudo na vida e isso o transforma em alguém que ele odeia. Em uma pessoa que não é mais o que ele era. Tal situação se torna tão insuportável que ele decide pela eutanásia, dando aos pais seis meses apenas para eles aceitarem a ideia. Quando Louisa descobre isso, faz de tudo para fazê-lo feliz e quem sabe assim, mudar essa ideia.

O filme fala sobre eutanásia mas sem exatamente falar sobre ela. Retrata de forma sutil a vida de Will, que aparentemente é aceitável, mas para ele não passa de uma mentira. Sofrendo o tempo todo ele prefere morrer do que viver sendo alguém que ele não aceita.

Com atuações apaixonantes, conseguimos sorrir e chorar ao mesmo tempo. Ter esperança apesar de tudo. Nos decepcionar e aceitar as decisões tomadas pelo personagem, mesmo não achando elas as melhores. Inclusive, Emilia Clarke surpreende ao mostrar seu lado cômico. E a locação das cenas também é uma experiência a parte, com lugares aconchegantes e maravilhosos. Sequências como a dança em cima da cadeira de rodas, ou a despedida após uma festa em que Will pede a Louisa que fique mais um pouco com ele no carro enquanto eles ficam a sós, nos lembra do melhor do cinema romântico.


Apesar de ter recebido várias críticas de deficientes físicos sobre o desfecho do filme, vamos lembrar que isso é um filme. Afinal, não dá para se quer opinar sobre se você não passa por isso no dia a dia.

Portanto, vai ter clichê sim. O que seria do cinema sem eles.




Título Original: Me Before You.

Direção:
Thea Sharrock.


Elenco: Emilia Clarke, Sam Claflin, Janet McTeer, Charles Dance, Brendan Coyle, Jenna Coleman, Matthew Lewis, Vanessa Kirby

Sinopse: Rico e bem sucedido, Will (Sam Claflin) leva uma vida repleta
de conquistas, viagens e esportes radicais até ser atingido por uma
moto, ao atravessar a rua em um dia chuvoso. O acidente o torna
tetraplégico, obrigando-o a permanecer em uma cadeira de rodas. A
situação o torna depressivo e extremamente cínico, para a preocupação de
seus pais (Janet McTeer e Charles Dance). É neste contexto que Louisa
Clark (Emilia Clarke) é contratada para cuidar de Will. De origem
modesta, com dificuldades financeiras e sem grandes aspirações na vida,
ela faz o possível para melhorar o estado de espírito de Will e, aos
poucos, acaba se envolvendo com ele.




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