Crítica: Esquadrão Suicida (2016, de David Ayer)

Eis que chega às telas do cinema um dos filmes mais aguardados do ano! Com um visual totalmente psicodélico, o longa ‘Esquadrão Suicida’, adaptação das HQs da DC Comics, acabou de entrar em cartaz e já está dando o que falar. Por pior que pareça, parte da crítica americana está acabando com ele, embora muitos discordem. Mas galera, sinceramente, ele não é péssimo. É bom, sim. Porém, advirto que tenham calma. Não vão pensando que é aquela maravilha de filme perfeito em todos os sentidos, pois certamente não é. A Warner ainda não acertou na mosca e ficou devendo, sim. Entendamos o porquê.

O
dilema da trama é o seguinte: “reúna uma equipe dos super vilões mais
perigosos já encarcerados, dê a eles o arsenal mais poderoso do qual o governo
dispõe e os envie a uma missão para derrotar uma entidade enigmática e
insuperável. Esta é a estratégia da agente governamental Amanda Waller (Viola
Davis), que decidiu que essa guerra só pode ser vencida por indivíduos
desprezíveis e com nada a perder. Porém, assim que o time perceber que não
foram escolhidos para vencerem, mas para falharem inevitavelmente,
será que o Esquadrão Suicida vai morrer tentando concluir a missão ou decidirá
que é cada um por si?”; só de ler essa sinopse, já deduzimos o que vem
por aí.

Diante de tanto marketing em cima dele, especialmente do Coringa, interpretado pelo hábil Jared Leto, de ‘Lenda Urbana’ e ‘Garota, Interrompida’, nos deparamos com algo que muitos temiam: erros no roteiro. Não é de se surpreender que o diretor optasse por iniciar o filme com flashbacks. Mesclando presente e passado, o que para alguns pode não parecer nada demais, para outros, fica desinteressante. Admito que essa mistura feita para explorar todo o passado dos vilões não me incomodou; até certo ponto. Depois, parece que tudo no geral se apressou demais e isso acabou afetando um pouco o desenvolvimento. Não que o longa seja ruim por completo; muitos eventos ali são capazes de divertir o espectador e na minha visão, eles são a razão de livrarem ele de ser uma bomba. A trilha sonora foi um ponto positivo: contamos com músicas dos anos 80 e 90 que combinaram com o estilo do filme, além das faixas incríveis compostas por Steven Price. Em meio a 2 horas de duração que felizmente não foram cansativas, a dinâmica abusou dos tiros, explosões e inclui uma pitada de humor negro.

Com relação às atuações: a lista é formada por Will Smith, de ‘À Procura da Felicidade’ e ‘Eu Sou a Lenda’, grande astro conhecido pelo público. Seu desempenho como o Pistoleiro foi tolerável, ainda que suas expressões faciais sejam as mesmas de seus demais filmes. Joel Kinnaman, de ‘Robocop’ e ‘Noite Sem Fim’, foi o protagonista rígido, embora tenha atuado de maneira cabível. Já Jai Courtney, de ‘Duro de Matar – Um Bom Dia Para Morrer’ e ‘Spartacus’, foi razoável. Ele tentou ser engraçado, mas não colou. Entre os coadjuvantes, está Scott Eastwood, de ‘Uma Longa Jornada’, que se saiu bem como Lieutenant GQ Edwards e Jay Hernandez, como El Diablo, que infelizmente foi mal aproveitado e não obteve a performance maioral. Quanto a Katana (Karen Fukuhara), ela foi coesiva, apesar de certas partes não fazer literalmente nada em cena, assim como o Amarra (Adam Beach). Deixo destaque para a bela Margot Robbie, de ‘Golpe Duplo’ e ‘A Lenda de Tarzan’, que incorporou uma Harley Quinn maluca, mas hilária. Além de Adewalle Akkinuoye Agbaje, de ‘O Retorno da Múmia’, como o excêntrico Killer Croc, Arlequina foi quem serviu de alívio cômico para o filme e para os fãs que não veem a hora de vê-la nas telonas, pode respirar aliviado, pois ela rouba a cena em diversos momentos! No que diz respeito a vilã, temos a Magia, interpretada por Cara Delevingne, de ‘Cidades de Papel’ e ‘Peter Pan’ (2015). Em particular, eu gostei da interpretação dela; você percebe que ela é uma personagem extremamente densa, que trouxe todo o ar sombrio do longa. No entanto, diria também que infelizmente foi mal utilizada, especialmente no final, onde tudo ficou muito corrido e agitado. Em contrapartida, não poderia deixar de citar a presença de Viola Davis, de ‘Histórias Cruzadas’ e ‘How to Get Away With Murder’, na pele da ilustre Amanda Waller, que com certeza é a performance mais plausível do elenco! E claro, não podia deixar de citar o tão aguardado Coringa, que causou o maior reboliço durante as filmagens. Relatos provam que Jared Leto se entregou de corpo e alma ao conviver inclusive com psicopatas para representar o Coringa. Porém, ressalto que seu papel nem se compara ao representado por Heath Ledger, exceto em determinados instantes, onde suas caras e bocas foram sinistras. É uma pena os produtores terem feito tanta propaganda em cima dele para o personagem terminar de forma limitada. Na real, ele surge na tela, some e reaparece de meia em meia hora.




Enfim, ‘Esquadrão Suicida’ é daquele jeito: um típico filme que a despeito de todo o preconceito que anda passando, está longe de ser ruim. O 3D, apesar de colocado nesse formato, não fez diferença alguma. Em suma, pode não ter correspondido a todas as minhas expectativas (e olha que eu não sou fã de carteirinha dos quadrinhos), mas não saí insatisfeito após o fim da sessão. Ao mínimo contou com numerosas cenas de ação e um farto CGI, que embora exacerbado, não interferiu nas características negativas mencionadas acima. Para não ficar na dúvida, esqueça o que a imprensa está falando e vá sem muitas pretensões. Não deixe de conferi-lo a fim de tirar suas próprias conclusões, afinal o entretenimento encanta, aproxima e diverte o telespectador dentro da sala de cinema. Vale o ingresso!



Nota: 7,5

Título
Original: Suicide Squad

Direção:
David Ayer

Elenco:
Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie, Viola Davis, Cara Delevingne, Joel
Kinnaman, David Harbour, Adam Beach, Jim Parrack, Common, Jai Courtney, Ezra
Miller, Jay Hernandez, Adewale Akkinuoye Agbaje, Aidan Devine, Dwight Ireland,
Scott Eastwood, Alex Meraz, Ariane Bellamar, Samantha Baugnon, John Byers, Ben
Affleck.

Trailer:

Mais imagens do filme:




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