Crítica: A Lenda de Tarzan (2016, de David Yates)

Eis que chega aos cinemas ‘A Lenda De Tarzan’, versão live-action do conto clássico cuja história fez parte da infância de muita gente. A animação da Disney, feita em 1999, me encantou à beça e naquele época, por ser uma criança, nunca imaginaria que um dia fossem lançar um filme do mitológico Tarzan. Até agora. Todavia, este é um filme cujo trailer mente para o espectador e isso é algo constante em vários trailers de lançamentos, onde eles são muito bem editados e possuem uma montagem dinâmica: apenas as melhores cenas são jogadas ali.




Partindo primeiramente do ponto da trama: em minha visão, achei ela promissora. Através de outro ponto de vista, o contexto baseia-se no seguinte: o ex-combatente na Guerra Civil norte-americana é enviado pelos Estados Unidos para investigar um possível conflito de escravidão belga decorrente no Congo, ponto principal do filme. A versão live-action não ficou tão ruim assim. Contudo, faltou mais capricho no desenvolvimento do roteiro; ele foi raso em algumas partes, afinal o herói não se torna um personagem cativante, pelo simples fato do público não acompanhar sua ascensão. O caminho que o diretor optou trilhar aqui foram flashbacks que mostram a sua origem, mas infelizmente eles não foram explorados a fundo. Outra questão foi focar muito nos diálogos, dada a falha do enredo, quando na verdade deveria dar enfoque na ação. Detalhe importante é que você se sentirá atraído pelo filme mais pelos efeitos visuais do que pelos personagens e embates entre si. Para um longa com orçamento beirando 200 milhões de dólares, este mal-entendido foi inacreditável.

Quanto as atuações, temos atores bem reforçados. Primeiramente, contamos com o talentoso Alexander Skarsgärd, de ‘True Blood’, ‘Pelos Olhos de Maisie’ e ‘O Doador De Memórias’. Sua atuação não possui um carisma espetacular; você não adquire aquela empatia por ele no início do filme, mas logo as coisas mudam. Temos também Christoph Waltz, de ‘Django Livre’, ‘Deus da Carnificina’, ‘Bastardos Inglórios’ e ‘Grandes Olhos’, que aqui entra para a lista de bons filmes do ator, no papel do alegórico Capitão Rom. Extrovertido e com praticamente a mesma expressão facial de seus demais filmes, ele atua de maneira simplória. Já a bela Margot Robbie, de ‘Golpe Duplo’, ‘Questão De Tempo’ e ‘Esquadrão Suicida’, incorporou uma Jane mais determinada, cujo desempenho é difícil não se impressionar, em razão da dramaticidade que agregou naquele universo. Ela inclusive se destaca como a única mulher de relevante importância no elenco formado praticado por homens, como ainda: Samuel L. Jackson, como George Williams, que foi o alívio cômico da fita, arrancando algumas risadas e Djimon Hounsou, como o chefe Mbonga, cuja aparição se dá mais nas incríveis tomadas em slow motion! Outro ponto forte que destaco é o 3D, que não deslizou para a mesmice desnecessária, pois quando as fantásticas cenas de ação ocorrem, o CGI expõe todo o seu potencial em tela com a terceira dimensão.

Somadas as características citadas, há sim muito o que desfrutar aqui. Achei interessante o fato do longa ter sido fiel o bastante a história original, escrita por Edgar Rice Burroughs, especialmente em relação ao passado de Tarzan, sem contar com a química entre Tarzan e Jane. O romance entre eles funciona tranquilamente e não se torna um fardo ao telespectador. Ademais, em tempos onde nos perguntamos porque Hollywood insiste tanto que adaptações ganhem em vida nas telonas. Sejam elas baseadas em games, histórias em quadrinhos, livros ou outros alicerces, não importa; tudo é uma questão de dinheiro. Diante disto, a versão atualizada tem em mãos as ferramentas certas pra agradar a todos os fãs, especialmente da nova geração, o que foi algo muito inspirador para o cinema de hoje. Portanto, ele entra no rol dos filmes impregnados de ar nostálgico e ao menos vale a pena ser visto pela cíclica perspectiva de David Yates. Fica a dica para o seu domingo!

Nota: 7,5


Direção: David Yates


Elenco: Alexander Skarsgärd, Margot Robbie, Christoph Waltz, Djimon Hounsou, Samuel L. Jackson, Adam Ganne, Aleksandar Mikic, Alexander Bracq, Alex Ferns, Alicia Woodhouse, Antony Acheampong, Ashleu Byam, Ben Chaplin, Caspen Crump, Charles Babalola, Christian Stevens, Christopher Benjamin, Clive Brunt, Edward Apeagyei, Ella Purnell, Gary Cargill, Genevieve O’Reilly, Hadley Fraser, Iam Mercer, Jim Broadbent, John Hurt, Lasco Atkins, Laurence Spellman, Osy Ikhile, Rory J. Saper, Teresa Churcher, Simon Russell Beale, Tyrone Love.


Trailer:
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