Crítica: Enjaulados (1998, de Andy Anderson)

Há 18 anos atrás, ‘Enjaulados’, longa que traz consigo princípios incomuns vistos pela sociedade, foi lançado em VHS (sim, ainda que o DVD tenha surgido 3 anos antes, o VHS era o que tínhamos na época). E gerou polêmica ao trazer uma forte crítica na questão de até qual ponto um professor é capaz de chegar, sequestrando seus alunos. Ele foi visto pelas pessoas como muito cruel, mas na minha opinião, não passa de cômico; fico pensando se a refilmagem pudesse um dia ser feita. Seria estupendo!

A história gira em torno de Wilson Walmsley, simpático educador que é chamado para trabalhar como professor substituto em uma escola pública do subúrbio. Ele fica com receio de primeira, mas depois de muito insistirem, aceita a oferta. Ao chegar na sala, encontra-se responsável por alunos rebeldes que não dão a mínima para suas aulas. Após ver vários filmes iguais a este (em partes), tais como ‘O Triunfo’, ‘Escritores da Liberdade’ e ‘Ao Mestre, Com Carinho’, concluí que ‘Enjaulados’ apresenta exatamente o que tememos ver no que se refere ao que um professor pode fazer quando é desrespeitado na sala de aula. Se você tem aquele amigo lecionador que ao desabafar, conta tudo o que faria com alunos mal-educados se pudesse, óbvio que vocês dois ririam da situação, mas neste caso, não. Do nada, ele resolve dar o troco nesses alunos, colocando o que pensa, em prática. O pior de tudo é que eles não são pirralhos e sim um bando de maiores de idade. Depois de impedir que uma professora sofresse assédio por Davey (Meason Wiley), Wilson é ameaçado e humilhado, o que também influenciou parte do que estava tramando. Assim sendo, seu plano é tão mirabolante que nem mesmo os diretores do colégio suspeitam de algo. Com a oportunidade em mãos, ele não vê a hora de iniciar sua vingança.




Todas as atuações foram bem executadas. Os papéis foram bem interpretados e quase não notamos os bordões, justamente pelo diferencial. O público tem direito até a uma reviravolta no desfecho. Ninguém esperaria tamanha virada. A trilha sonora é nostálgica e quando a música de Toni Basil começar a tocar, com certeza ficará na sua cabeça por uns dias. Ao acordarem e se verem presos em uma gaiola, os jovens ficam sem saber o que fazer e com aquela música toda de fundo que se repete várias e várias vezes, a tensão toma conta do lugar. Pra se ter noção, eles não podem nem se agarrar nas grades, senão levam choque! Quanto a cena com essa faixa, confesso que ela me deixou um pouco desconfortável por conta da nudez não ser vedada; os membros inferiores de ambos os gêneros aparecem naturalmente como se estivéssemos num daqueles filmes estrangeiros pesados. A partir daí, o espectador acompanha o sofrimento que estão sentindo na pele e bem curioso até a conclusão. É difícil entender que Walmsley os deixa sem comida nem água por uma semana, crueldade total. Além de todas as alterações metabólicas e hormonais, problemas psicológicos começam a afetar a mente dos indivíduos. Quando Walmsley chega de carro ao local isolado, a situação se agrava ainda mais, porque ele decide que irá fazê-los aprender as matérias de escola por bem ou por mal. Depois de arranjar-lhes roupas decentes, ele “começa a dar aula”. Quer coisa mais maluca que essa? Se não acertam as perguntas, eles sofrem sérias consequências.




O diretor mandou muito bem, nos entregou um filme divertido e inquietante ao mesmo tempo, não é atoa que foi pouco divulgado. Aposto que poucas locadoras tinham ele disponível no acervo. Com tiradas de comédia, para uns será diversão e para outros só loucura. Eu encarei ele como uma piada, afinal de contas: qual professor nunca pensou em fazer isso de verdade aqui no Brasil? Sabemos que muitos alunos indisciplinados fazem o inferno na Terra dentro das salas e é aí que a sátira está. O ponto forte do filme foi mostrar que ao passar dos limites, Walmsley pensava que ninguém descobriria. Portanto, o recomendo pra quem gosta de ver filmes diferentes. Apesar de ser despretensioso, dividirá opiniões. Fica a dica para seu fim de semana!


Nota: 8


Direção: Andy Anderson


Elenco: John S. Davies, Meason Willey, Susana Gibb, Jonathan Brent, Rebecca Sanabria, Brandy Little, Kirk Kelley-Kahn, Forrest Denbow, Gail Cronauer, Steven Fromholtz.

Sinopse: Walmsley é um professor que dá aula numa escola de desajustados desordeiros e que, um dia, cansado de tentar educar os alunos, decide fazer a coisa do seu jeito. Mas sua maneira de reeducação não é nada convencional e parece mais um terrível método de tortura. Ele sequestra seus alunos e os prende numa jaula eletrificada, onde eles terão de aprender por bem ou por mal. O roteiro meio maluco e a forma como o filme foi feito arrancou elogios de diversas publicações, onde os críticos enxergaram a coisa toda como uma forte sátira aos meios educacionais e também como uma surpresa dos atuais filmes que ressaltam uma estética meio “trash”. Diversão garantida para qualquer cinéfilo com bom humor e uma boa dose de sarcasmo.


Trailer:
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