Queria poder dizer que ‘A Onda’ (Bolgen) é uma produção diferente que faz uma abordagem nova ou algo que a destaca no subgênero mas, definitivamente isso não acontece aqui. Entretanto, não significa que ele seja ruim, bem longe disso, na verdade, o considero melhor que muitas produções de Hollywood e só pelo fato de não haver o patriotismo exacerbado americano já é um grande ponto positivo.
A produção também já chama a atenção por não se passar no típico cenário americano a lá Nova York e Los Angeles. Aqui somos levados a Noruega na pequena cidade de Geiranger, um dos pontos turísticos mais espetaculares da região, mas também um local propicio a cataclismos, principalmente por ser o local onde fica o Fiorde de Geiranger um terreno instável que a qualquer momento pode desabar. De um modo geral ele me lembrou muito o clássico da sessão da tarde ‘O Inferno de Dante’.
A trama se desenrola da mesma maneira que diversos outros filmes similares, somos inicialmente apresentados ao geólogo Kristian (Kristoffer Joner) e sua família que estão prestes a mudar de cidade, porém antes que isso ocorra Kristian começa a desconfiar de que algo ruim possa estar acontecendo, então resolve ficar por mais um dia para descobrir o que pode ser. A partir daí temos todo aquele plot de ninguém acreditar nele até que o desastre aconteça. Com relação aos personagens não há muito o que se falar, como em todo filme do tema, temos aqueles idiotas que servem para fazer burrada e morrer e aqueles que não importa o que aconteça sairão vivos. Já na questão das atuações, todas estão muito boas e bem acima da média.
Apesar de uma premissa batida ‘A Onda’ é um bom filme e consegue passar toda a tensão e sofrimento de um desastre dessa magnitude. Os efeitos especiais estão incrivelmente ótimos, os cenários pós-destruição também estão incríveis deixando tudo mais real e triste, a onda em questão também está perfeita principalmente por se tratar de um produção de baixo orçamento. O longa acaba acertando por investir em situações claustrofóbicas e apreensivas, deixando o público tenso e curioso para saber como as coisas vão acabar. Destaco as sequências no porão do hotel e a cena do carro. Como nem tudo são flores há também aqueles problemas em que determinados personagens saem ilesos de situações improváveis e que desafiam a lógica mas, são nesses casos que devemos desligar o cérebro e aproveitar.