Crítica: A Órfã (2009, de Jaume Collet-Serra)




Lançado nos cinemas em 2009, uma das obras mais sinistras do diretor Jaume Collet Serra surpreendeu a maior parte das pessoas com sua enigmática história, apesar de não ter feito o mesmo com os críticos americanos. Produzido por Leonardo DiCaprio, enquanto alguns o vêem como terror, outros enxergam apenas um thriller misterioso. Quantas controvérsias existem.



Não é de surpreender que o cinema vem sempre usando crianças como ponto de partida para perturbar o público, ao ver os pequenos cometerem atos de pura maldade. Em ‘A Órfã’, o começo já é tenso, talvez cause certa repulsão, ainda que por alguns segundos. Somos apresentados a Kate (Vera Farmiga), mãe de dois filhos e que recentemente sofreu uma perda terrível. Junto com seu marido John, Kate (Peter Sarsgaard) sente que está preparada para adotar uma criança. Então conhecem Esther, menina que aparenta ser um doce de criança, mas só aparenta. Com sua maturidade e perfeição nos desenhos que pinta, eles logo se entrosam e o casal a conquista muito fácil.




Ao chegar na nova casa, Esther se sente bem à vontade, da parte dos pais e da filha mais nova, Max. Já o filho mais velho, Daniel, não vai muito com a cara dela. Com o tempo, estranhos eventos começam a acontecer. Como na maioria dos filmes do gênero, o espectador é que vê essas coisas loucas acontecerem do ponto de vista dos filhos, enquanto o pai ou a mãe só descobrem na metade da trama; seria esse um dos clichês? Pode apostar que sim. Vemos que há algo errado com Esther, pois ela arruma problemas no colégio e usa fitas pretas nos pulsos e pescoço. Quer coisa mais macabra que isso? Na frente dos pais, ela é uma santa, mas só virarem as costas e pronto, a fera surge.




As atuações variam de ótimas a regulares, começando pela de Isabelle Fuhrman, atriz que na época, interpretou muito bem o papel de Esther. Ela consegue passar aquela imagem da garotinha que afigura ser inocente, quando na verdade é mais cruel do que podemos imaginar. Em seguida temos Vera Farmiga, baita atriz que arrasa em todos os seus papéis. Neste aqui, ela incorporou a mãe que apesar de todos os problemas pessoais que enfrenta, faz de tudo para ver os filhos e a casa em ordem. Já Peter Sarsgaard teve sua atuação regular, se esforçou para dar um “up”, no entanto não foi lá aquelas coisas: quando devia acreditar em sua esposa, ao lhe contar que tem alguma coisa ruim acontecendo, parece que ele prefere não enxergar a verdade do que encarar os fatos e isso foi algo que me irritou um pouco. Todavia, logo ele deixa de ser idiota e cai na real.



O roteiro não apresenta tantas falhas, o primeiro e segundo ato foram melhores que o terceiro, embora apresente clichês que podem ser passados por cima. A fim de esconder isso, você fica tão ligado vendo a situação ficar cada vez mais complicada, que se esquece dos demais erros. O clima de suspense reina e até a chocante cena final chegar, inúmeras reviravoltas se manifestam. Com relação ao desfecho, deixou pontas, mas nada que tenha atrapalhado tanto seu desempenho. Portanto, recomendo ele para apreciadores do gênero. Será um prato cheio! Confesso que quando assisti ele hoje em dia não tive a reação que em 2009 me deu. Não sei ao certo, mas nunca me canso de ver ele, quando está passando na TV a cabo ou quando resolvo só rever de bobeira, é como se estivesse assistindo-o pela primeira vez. Olha que isso é bom, afinal não é qualquer um que proporciona isso para nós. Quem nunca fez isso, né? Não ligar de ver o mesmo filme várias vezes, pois de tanto que gosta, nem se importa?

Nota: 8,5


Direção: Jaume Collet-Serra


Elenco: Isabelle Fuhrman, Vera Farmiga, Peter Sarsgaard, CCH Pounder, Jimmy Bennett, Margo Martindale, Karel Roden, Ariana Engineer, Rosemary Dunsmore, Jaime Young.


Sinopse: A tragédia parece acompanhar a vida de Esther apesar dos seus 9 anos de idade. Ela é uma órfã russa e a família que a adotou morreu em um incêndio que também quase a matou. Mas agora uma nova família, os Coleman, a adotou e a vida parece ter entrado nos eixos novamente. Até o dia que uma colega de classe de Esther sofre um acidente mais sério, uma freira é golpeada até a morte e a nova mãe da garota começa a se perguntar se a família de Esther realmente morreu em um incêndio acidental.


Trailer:
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