Crítica: Bite (2016, de Chad Archibald)




Mais uma vez o ‘Minha Visão do Cinema’ sai na frente e traz uma crítica inédita de um filme sem previsão de lançamento aqui no Brasil e que blogs e sites ainda não trouxeram review. Este ‘Bite’ (a tradução seria “mordida”) vem causando certo alvoroço desde sua exibição em festivais no final do ano passado. Pessoas teriam ficado enjoadas e vomitado devido as cenas nojentas da produção. O enredo traz uma noiva que aos poucos começa a se transformar em um inseto. O  filme seria uma espécie de nova versão do clássico e excelente ‘A Mosca’ de 1986, que já era um remake do mais clássico ainda ‘A Mosca da Cabeça Branca’ de 1958. O que dizer de ‘Bite’?



Mediano. O problema da produção é a falta de um bom roteiro e um bom elenco. As atuações são bem fracas e sem presença. A protagonista Casey (interpretada por Elma Begovic) não tem força suficiente para segurar o lado dramático da produção. Mas nos momentos de transformação ao menos vemos algum potencial. O restante do elenco não traz nada de interessante, embora a senhora que interprete a sogra da protagonista atua razoavelmente bem mesmo que em pouco tempo de cena. O outro problema do filme é seu roteiro, que deixa seus furos. Não há explicação para o que está acontecendo, apenas há o fato e ponto. Nem todo filme precisa de explicações, alguns andam muito bem na subjetividade. Mas neste aqui sentimos esta falta, faltou um direcionamento de como ocorre aquilo. Há também um estranho afastamento do personagem que é noivo de Casey. Por onde ele anda durante alguns dias? Ele não teria procurado sua noiva ou sua mãe? Este foi um furo bem grande.




Por outro lado o filme tem alguns acertos. O início ocorre em found footage mostrado a viagem das garotas. Logo após a picada do inseto (a tal “mordida” do título), o filme passa para filmagens convencionais, enganando o público que pensava que seria mais um filme com imagens trêmulas por trás das câmeras. O humor negro implícito sobre os perigos de férias e viagens saindo por aí em qualquer lugar também se faz presente, um artifício bastante usado no terror mas que aqui soa mais irônico. Outro ponto a favor é que a protagonista não é a mocinha inocente da história. Embora não seja 100% culpada, ela erra durante as férias e é imperfeita. O temor diante o casamento e sobre falar ou não falar para seu noivo sobre algumas coisas é bem acentuado e dinâmico dentro da trama. A amizade entre ela e as outras duas garotas não é tão bem explorada, mas temos pequenas reviravoltas envolvendo este aspecto. 


E o grande trunfo da produção acaba mesmo sendo a nojeira dos efeitos visuais. Sinceramente não chega a causar vômito, não é tão horrível assim. Esta história de pessoas passando mal pode ter sido apenas alguém de estômago muito fraco que se sentiu enjoado e daí criou-se um bom marketing em cima. Mas dou o “braço a torcer” sobre a maquiagem e os efeitos plásticos. No lugar de um CGI (computação gráfica) vagabundo que tantos filmes indie e de classe B e C usam, aqui temos uma produção independente que se preocupa em criar elementos de verdade. Gosmas, ovos, feridas, sangue, ácidos derretendo rostos. Tudo é feito à moda antiga, com maquiagens e melecas criadas de verdade. Isto traz certa nostalgia e ganha pontos para a produção. Em alguns momentos até lembra ‘A Mosca’, embora inferior. A iluminação dos ambientes, mesclando cenas escuras com luzes ou detalhes vermelhos e amarelos é bem chamativo e enriquece o visual do longa. Enfim, ‘Bite’ decepciona um pouco no seu roteiro. Mas merece ser visto por quem curte gore e cenas grotescas feitas com os bons e velhos efeitos plásticos. O final é bom e deixa ponta para uma sequência, que se ocorresse, seria insano, abrangeria uma escala maior, uma pandemia. 


NOTA: 6




Direção: Chad Archibald


Elenco: Elma Begovic, Annette Wozniak e Jordan Gray.


Sinopse: a história acompanha a protagonista Casey, que é picada por um
inseto durante a viagem de despedida de solteira. Lentamente, a jovem começa a
se transformar em um inseto e se alimentar da carne humana.

Trailer: 




    

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