Crítica: Digging Up The Marrow (2015, de Adam Green)


O Minha Visão do Cinema mais uma vez traz uma crítica inédita de um filme desconhecido, para quem curte cinema independente e alternativo. Este Digging Up The Marrow é um found footage (por trás das câmeras) como tantos, porém no seu roteiro apresenta um diferencial. Dirigido por Adam Green, que já nos presenteou com Pânico na Neve e a trilogia Terror no Pântano, o filme mostra um pouquinho dos bastidores dos pequenos estúdios dos filmes de terror B. A história traz o próprio Adam Green interpretando ele mesmo, que junto com sua equipe do pequeno e real estúdio ArieScope Pictures, desejam fazer um documentário sobre um homem que diz ter encontrado um núcleo que leva ao lugar onde vivem os monstros.
Neste início o filme chega muito perto de ser um verdadeiro found footage, mostra os bastidores do estúdio e dos seus filmes já feitos. Há cenas por exemplo em que se mostra camisetas, objetos e até as máscaras e maquiagens utilizadas nos filmes anteriores da ArieScope, como a maquiagem do assassino Victor Crowley na trilogia Terror no Pântano. No meio do filme temos entrevistas com grandes mestres do horror, como Don Coscarelli (da saga Fantasma). Esta parte do filme é muito informativa e interessante para quem é especificamente ligado ao terror.


E quando a história fantasiosa do filme começa, esta também não decepciona. Excetuando alguns clichês, efeitos sonoros altos para assustar e final em aberto, o filme acerta em cheio na maquiagem e caracterização dos monstros. O fato das criaturas não serem sobrenaturais, mas humanos “diferentes” rejeitados pela sociedade, faz uma metáfora sobre como as pessoas tratam como monstros quem não é igual a maioria. E quanto alguns monstros serem perigosos é explicado pelo fato de que toda sociedade tem seus assassinos e marginais. Mas com as pessoas normais isto não é diferente.

O diretor Adam Green sonha em encontrar monstros de verdade. Ele não os teme, mas além de se encantar, acha que estes seres são mau compreendidos. De certa forma ele representa todo fã de terror, aquele mais fanático, que ama as características do gênero e lá no fundo adoraria que tudo isso fosse real. É a necessidade do imaginário, porém voltado ao terror. No fim das contas o filme tem um ou dois tropeços, mas difere pelo seu tom documental e funciona como um elogio ao próprio gênero. Dentre tantos filmes ruins que chegam aos cinemas, esta pequena pérola permanece desconhecida. Uma pena, se puder assista a este intrigante filme, cheio de metalinguagem.

Direção: Adam Green

Elenco: Ray Wise, Adam Green, Will Barratt

Sinopse: o cineasta de terror Adam Green investiga e documenta a possível existência de monstros após receber de um ex-policial um caderno com anotações detalhadas sobre a existência de uma passagem que leva para um mundo subterrâneo habitado por criaturas bizarras.

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