Crítica: Atividade Paranormal – Dimensão Fantasma (2015, de Gregory Plotkin)

A franquia Atividade Paranormal pode não ter sido a pioneira em contar histórias na primeira pessoa, mas todos tem que admitir que foi ela que incentivou um movimento maciço de produções filmadas no mesmo estilo, principalmente por ter investido pouco e lucrado muito. Entretanto, como todos já sabem, o estilo está mais do que esgotado e até a franquia que deu início a esse movimento não consegue mais trazer nada de interessante ao formato found footage.



Com cinco filmes e dois spin-off, a franquia está mais do que desgastada, principalmente pela perda de qualidade de uma sequência para outra. Para acalmar o público, os produtores anunciaram uma quinta e última parte chamada de Atividade Paranormal – Dimensão Fantasma, que chegou nos cinemas brasileiros em 22 de outubro de 2015. A promessa era de que a história seria encerrada nesse quinto filme, bem como seriam respondidas todas as questões que haviam ficado sem uma conclusão.


Na trama, acompanhamos uma nova família composta por Ryan (Chris J. Murray), sua esposa Emily (Brit Shaw) e a filha do casal Leila (Ivy George) que se mudam para uma nova casa. Certo dia Ryan descobre uma caixa com dezenas de fitas cassetes de décadas atrás e uma câmera personalizada, capaz de registrar uma realidade invisível aos olhos humanos. Com a ajuda da esposa, do irmão Mike (Dan Gill) e de sua amiga Skyler (Olivia Taylor Dudley), eles começam a gravar fenômenos malignos que ameaçam a todos.
Não sou um grande fã dessa franquia, só me interessei em ver os filmes após o lançamento do terceiro longa, pois várias pessoas me disseram que ele era muito assustador e melhor que os outros. Fiquei bastante curioso e resolvi dar uma chance. De fato existem algumas cenas assustadoras, mas ainda assim os filmes não me assustaram tanto. Porém, uma coisa que não posso negar é que toda a mitologia criada é muito interessante de se acompanhar, assim como a ordem cronológica das histórias que são diferentes da ordem de lançamentos. O quarto filme que é de longe o pior deles só serviu mesmo para mostrar o quanto a história estava precisando de um fim urgente. A quinta parte da franquia é a mesma coisa que já foi mostrada nos anteriores e é incrível o tanto que os produtores são acomodados em jogar na nossa cara a mesma merda, fazendo apenas pequenas alterações.
A trama como sempre começa bem lenta, mostrando a família e sua rotina, até que não demora muito para eles perceberem que não estão sozinhos e que algo maligno está assombrando a casa. Temos todo aquele “blá, blá, blá” de amigo imaginário (que já foi visto no terceiro filme). Também tem o tal das câmeras espalhadas pela casa para tentar captar alguma atividade. Enfim, tudo o que está nesse filme já foi visto nos outros. A única diferença nesse é que eles criaram uma câmera personalizada capaz de gravar as entidades. Até que é interessante em uma ou outra cena os efeitos que a câmera consegue capturar, mas nada de muito excepcional ou assustador.



O que mais decepciona é a falta de sustos. Todas as cenas mais assustadoras são totalmente previsíveis e não existe tensão ou suspense como nos anteriores. Pra vocês terem uma ideia, até meu primo medroso que assistiu o filme comigo, não se assustou. Tudo vai por água abaixo, pois se um filme que tem o propósito de assustar não assusta, então ele não serve praticamente para nada, a não ser para matar de raiva o espectador.



A única coisa que posso citar de interessante nessa parte cinco são as referências aos filmes anteriores, principalmente ao terceiro filme. As fitas cassetes achadas por Ryan mostram os eventos da terceira parte e o que aconteceu com Kristi e Katie após esses acontecimentos. Neste ponto a trama é bem interessante. Também é explicado qual a função de Hunter (o garotinho do segundo e quarto filme) nessa história toda. Aliás, o final é bom e a conclusão é digna, mas não acho que houve um encerramento da história. Justo pelo contrário, a cena final abre oportunidades para futuras sequências. Algumas perguntas de fato foram respondidas, mas várias outras surgiram. Uma coisa que me deixou decepcionado foi o fato de não trazerem a personagem da Katie adulta, até porque eles mencionaram a personagem em uma cena e só.


Enfim, Atividade Paranormal – Dimensão Fantasma é mais do mesmo. É tudo aquilo que já foi visto nos anteriores. Possui pouquíssimas cenas realmente assustadoras, no entanto o roteiro não traz uma história ou personagem envolventes e o final nos deixa com mais perguntas do que respostas, com um gancho para futuras sequências. Recomendo só para quem é “fã de carteirinha” da franquia e que gosta do estilo dela.







Título Original: Paranormal Activity – The Ghost Dimension


Direção: Gregory Plotkin


Elenco: Chris J. Murray, Brit Shaw, Ivy George, Dan Gill, Olivia Taylor Dudley, Chloe Csengery, Jessica Tyler Brown, Don McManus, Michael Krawic, Hallie Foote, Aiden Lovekamp, Cara Pifko.




Trailer: 

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