Crítica: Sobrenatural – A Origem (2015, de Leigh Whannell)

As produções de horror estão cada vez mais em baixa e isso inevitavelmente acaba refletindo nas franquias que esses filmes poderiam render. A grande maioria não consegue arrecadar o suficiente para alavancar mais sequências ou suas histórias não agradam ou convencem o bastante para uma segunda parte. De um jeito ou de outro, é cada vez mais raro sair um filme realmente bom e se for pensar bem, é melhor um único filme ruim do que uma franquia inteira (Colheita Maldita mandou um oi!).


Das franquias da atualidade, Sobrenatural é uma das que se destaca. Os dois primeiros longas lançados em 2010 e 2013 foram inesperadas surpresas. Sendo sucessos de críticas e bilheterias, ambos os filmes funcionam com um só, pois um completa o outro. Contudo, o final do capítulo 2 fechou a história da família Lambert e ficou a pergunta de como eles seguiriam com a trama, uma vez que a terceira parte já havia sido anunciada. Como em qualquer franquia que se preze faz, eles resolveram optar por um prequel (para quem não sabe prequel são aqueles filmes em que mostram os eventos que antecederam o filme original, geralmente para explicar a origem de tudo).

A história se passa anos antes da assombração da família Lambert e da luta de Elise com os espíritos do além.  Neste prequel acompanhamos a família Brenner que é composta pela adolescente Quinn Brenner (Stefanie Scott), pelo seu irmão mais novo Alex (Tate Berney) e seu pai Sean (Dermot Muroney). Quinn sente que sua falecida mãe está tentando contactá-la. Por isso, ela procura a médium paranormal Elise (Lin Shaye) para tentar ajuda-lá, porém sem êxito. Mas, após um estranho acidente com Quinn, estranhos acontecimentos começam a perturbá-la e Elise se vê forçada a ajudar a pobre garota que está sendo perseguida por uma entidade maligna.

Com dois filmes excelentes, a pergunta que fica no final é se era realmente necessário mais um filme, a resposta na minha opinião é sim e ao mesmo tempo não. Não, pois para a trama original e para a mitologia em si é acrescentado e explorado pouca coisa inovadora e o título do filme meio que nos engana, pois não é mostrado a origem de nada. Existem algumas referências aos anteriores como a presença de alguns fantasmas que já apareceram  e alguns personagens que já deram as caras nos dois primeiros. Todavia, o mais interessante aqui é quando eles fazem referência a família Lambert e a relação de Elise com os mesmos. Mesmo assim, o longa ainda é um bom exemplo do gênero, principalmente se compararmos com as porcarias lançadas no cinema em 2015, que deixam este aqui bem acima da média.






A saída de James Wan da direção não prejudicou tanto assim no resultado final, até porque Leigh Whnnel foi o roteirista dos dois primeiros e mesmo sendo o seu primeiro trabalho na direção, ele acertou em manter o estilo da franquia. O longa tem um bom ritmo, com uma boa sequência de sustos e o melhor é que boa parte delas estão bem tensas. Destaco a cena em que Elise está seguindo um trilha de pegadas e a cena em que a entidade está atrás de uma cortina, esta sequência em específico é bem assustadora e direção é excelente. A fotografia é bem escura e isso deixa o clima mais pesado e depressivo que combina bem com a proposta da produção. Os efeitos sonoros como não poderiam faltar por ser uma marca da trilogia é usado exageradamente em quase todas as cenas de sustos, mas aqui funcionam bem.
Também é necessário destacar o vilão, que sinceramente me assustou bem mais que a ‘noiva de preto’ dos anteriores, a maquiagem do ‘homem que não respira’ está fantástica e ele realmente assusta qualquer um. Do elenco vale a pena destacar a excelente Lin Shaye, que é o elo de ligação dos três filmes, ela é simplesmente incrível! Gosto muito da atriz, sua atuação é muito boa e espero que possamos ver mais filmes com ela. Outra que se destaca é Stefanie Scott, que apresenta uma protagonista simpática e faz com que torçamos por ela. Também vale mencionar o retorno dos personagens Tucker (Angus Samson) e Specs (Leigh Wannell). Aqui vemos como eles conheceram Elise e como o trio começou a trabalhar juntos.

O final não é ruim, mas na minha opinião é a parte mais fraca do longa, esperava uma conclusão mais elaborada e algo mais difícil, achei que tudo terminou fácil de mais. Entretanto, foi nostálgico rever ‘o distante’ novamente.
Enfim, Sobrenatural – A Origem em comparação com os anteriores é mais fraco, mas, mesmo assim consegue manter uma boa qualidade e fica bem acima da média  em comparação com outras produções do mesmo tema, apesar de não ter acrescendo quase nada a mitologia dos anteriores, ele ainda consegue ser bom. É mais que óbvio que outra sequência pode ser anunciada que para o bem ou para o mal espero que  continuem mantendo a boa qualidade apresentada até aqui.




Título Original: Insidious: Chapter 3

Direção: Leigh Whannel

Elenco: Dermot Mulroney, Stefanie Scott, Angus Sampson, Leigh Whannell, Lin Shaye, Tate Berney, Michael Reid MacKay, Steve Coulter, Hayley Kiyoko, Corbett Tuck, Tom Fitzpatrick, Tom Gallop, Jeris Poindexter 

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