Crítica: Extinção Humana (2011, de John Geddes)

Um dos temas que mais me atraem em filmes de terror são os que abordam o apocalipse zumbi. Geralmente este tipo de produção ou preferem focar no gore sem qualquer compromisso ou trazer algo mais sério como a questão da humanidade no meio do caos, já outras preferem fazer comédia com esta situação. Seja qual for o objetivo da produção, sempre estou disponível para assistir a mais um filme desse subgênero tão amado pelos cinéfilos. Extinção Humana foi lançado em 2011 e ainda não tem previsão para ser lançado oficialmente no Brasil. A produção chamou a atenção não só pelo tema que é abordado, mas principalmente pelas críticas que em sua maioria foram positivas, então meio que fiquei muito empolgado e com as expectativas bem altas.

Na trama acompanhamos a dramática busca de Edward Young (Mark Gibson) por seu filho que desapareceu em um mundo dominado por um inexplicável surto zumbi ocorrido em Tenesse em 1870. Ninguém sabe de onde veio ou o motivo de tudo, mas os mortos começam a andar novamente e a atacar os vivos, trazendo ainda mais horror para aqueles que passam por uma turbulenta guerra.

Este filme se diferencia de várias outras produções do mesmo tema por vários motivos. O primeiro deles é que a história desse filme ocorre no século XIX, algo raro nessas produções, que em sua grande maioria ocorrem sempre nos tempos atuais. O modo com que a história é conduzida também é bem inovador, aqui é utilizado um narrador para contar a jornada de Edward Young, e a narração é dividida por capítulos, como se fosse um livro. Outro recurso utilizado pela produção em várias ocasiões são cenas feitas em animações, que ocorrem geralmente no início de cada capítulo, apesar delas serem bem simples, as mesmas são muito eficientes (bem parecido com a animação utilizado no filme Kill Bill). Pelo que eu li, estas cenas animadas foram utilizadas pelo fato de o orçamento da produção não cobrir as filmagens das cenas em live-action.

Outro ponto que ajuda bastante na qualidade da produção é a fotografia que é mais neutra, com pouca coloração e com um tom mais amarelado, isso combinado com as ambientações de florestas secas e sem vida dá ao filme um clima mais depressivo e angustiante que cai perfeitamente na proposta da produção. As atuações também ajudam muito no resultado final, mas o destaque é para Mark Gibson, que atua de forma satisfatória e consegue de uma forma eficiente transparecer os sentimentos do seu personagem. O restante do elenco esta bem nos seus devidos papéis.

Infelizmente os pontos positivos para mim param por aí, apesar de inovador a produção erra em algumas escolhas, como o fato de o filme ter um desenvolvimento muito, mas muito lento, sim, eu entendo que a produção tem uma pegada voltada mais para o drama, mas a história em nenhum momento me empolgou, o primeiro capítulo até que é interessante, mas depois a história vai ficando tão chata e sem qualquer emoção. Apesar dos atores serem bons, seus personagem não são carismáticos, eu sinceramente não gostei de nenhum deles.

Os zumbis são mais simples, nada de muito elaborado mas são bem feitos, porém a produção não investe em nenhuma cena mais elaborada de ataque ou que coloque os personagens em grande perigo. Existe poucas mortes e as que acontecem não são impactantes, neste quesito o filme ficou muito a desejar, principalmente por se tratar de um filme de zumbi que mesmo sendo mais voltado para o drama tem por obrigação trazer algumas cenas mais movimentadas, ou na falta delas pelo menos uma história que prenda o público até o final da trama. Outro fato que não ajuda muito é a duração, que é quase de duas horas, isso acaba deixando o longa maçante, arrastado e cansativo.

A explicação em torno do surgimento dos zumbis é bem interessante e voltado mais para o sobrenatural, funcionando bem na trama apresentada, trazendo algo bem original e inovador. Não gostei do final, acho que ele poderia ter sido melhor trabalhado, mesmo sabendo que o orçamento da produção é limitado.

Enfim, este filme não vai agradar a grande maioria das pessoas, pois ele é para poucos, aqueles que esperam algo mais voltado para o terror explicito vão se decepcionar, visto que, o longa foca mais no desenvolvimento de seus personagens, mas reconheço que ele tem umas pegadas bem interessantes, só acho que seu desenvolvimento lento, o orçamento limitado, os personagens sem carismas e o pouco aproveitamento dos zumbis prejudicaram muito no resultado final. Mas, mesmo assim eu recomendo, porém já fiquem cientes do que ele tem a oferecer.



Título Original: Exit Humanity

Direção: John Geddes

Elenco: Brian Cox, Mark Gibson, Dee Wallace, Bill Moseley, Stephen McHattie, Jordan Hayes, Adam Seybold, Ari Millen, Jason David Brown, Sarah Stunt, Christian Martyn, John Geddes, Jesse Thomas Cook, Matt Griffin.

TRAILER:



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