Crítica: Perdido em Marte (2015, de Ridley Scott)

Estou atrasado com algumas matérias. Assisti Perdido em Marte no cinema faz um mês, mas estava de férias e só agora pude voltar para escrever sobre ele. Este é o novo longa do mestre Ridley Scott, que já presenteou o mundo com o primeiro Alien – O Oitavo Passageiro, Gladiador, Cruzada, Blade Runner – O Caçador de Androides, Prometheus, o novo Robin Hood, o recente Êxodo – Deuses e Reis, dentre tantos outros. Agora, Scott retoma às origens, a ficção científica. Recentemente este gênero voltou a chamar atenção, com Avatar, Distrito 9 e outros filmes que chamaram a atenção. O próprio Prometheus, que muitos disseram não gostar é um filme interessante, uma espécie de Aliens Origins por assim dizer. Mas foi em 2013 que um filme com cunho dramático realmente chamou a atenção, ganhou 5 Oscar inclusive de Melhor Direção. Estamos falando de Gravidade, que de maneira mais realista trouxe Sandra Bullock sobrevivendo à deriva no espaço, funcionando mais como um drama “survivor” do que uma ficção. No ano seguinte foi a vez de Interstellar (que ganhou o Oscar de Melhores Efeitos Visuais) chamar a atenção, em um filme que apesar de ser mais fictício e fantasioso, tratou de maneira filosófica o drama e o amor de um pai e uma filha. Agora em 2015 chega a vez de Perdido em Marte trazer uma filme de ficção sobre sobrevivência no planeta vermelho.




Perdido em Marte é mais um drama sobre cientistas do que um filme de ficção. Baseado em um livro best-seller, o longa mostra Matt Damon sobrevivendo em um ambiente hostil. E a chave da luta pela vida está na ciência. Tudo que ele aplica é palpável, real na medida do possível e sem exageros. A atuação de Matt Damon é segura, sóbria e em alguns momentos emocionantes. Acompanhamos sua mente brilhante criando batata, água e consertando naves para sobreviver, enquanto sua barba cresce e o corpo definha. Sua atuação é muito boa, embora remotamente, há chances de concorrer ao Oscar ou alguma outra premiação de Melhor Ator. Todo o restante do elenco, que é estelar, se sai muito bem e cada um desempenhando seu pequeno papel para o andamento do resgate e para a conclusão do filme. Jessica Chastain sempre está bem em cena, sendo um dos destaques. Vale lembrar que ela e Damon também trabalharam juntos em ‘Interstellar.

A fotografia vermelha e alaranjada de Marte é linda, viva e realista. Assistindo o filme numa grande sala de cinema em alta resolução dá a impressão de que também estamos no planeta. O 3D funciona muito bem com profundidade, além de ter uma cena de tempestade de areia em que partículas saltam na nossa direção. Os efeitos especiais são excelente e feitos de maneira controlada e realista, sendo outro grande ponto. Apesar de duas horas e meia de duração, o filme flui de maneira leve e descontraída. O roteiro acerta em ser leve, tornando o longa uma ótima e até mesmo educativa opção de entretenimento para toda a família.


Perdido em Marte é uma homenagem à ciência, aos astronautas e é um filme muito positivo. Mostra que vale à pena lutar, retratando isso na pele de um protagonista forte. E o mais interessante é que parte da força vem da maneira descontraída com que Mark (Matt Damon) lida com a situação, sedo irônico e bem humorado quase o tempo todo. A produção ficará entre as melhores do ano, tem chances de chegar no Oscar, é um grande filme com uma positiva mensagem. A história se passa em Marte, mas pode-se aplicar na Terra hoje. Devemos aprender a usar o que temos à disposição para lutar pela vida. Usar nosso bom humor e nossos conhecimentos, nunca perdendo as esperanças. Depois de um tempo sendo injustamente criticado, Ridley Scott volta à boa forma, com um belo e emocionante filme.




Direção: Ridley Scott


Elenco: Jessica Chastain, Kate Mara, Matt Damon, Kristen Wiig,Sean Bean, Sebastian Stan, Michael Peña, Donald Glover, Mackenzie Davis, Jeff Daniels, Chiwetel Ejiofor,Aksel Hennie, Naomi Scott.


Sinopse: durante uma missão a Marte, o astronauta Mark Watney (Matt Damon) é dado como morto após uma feroz tempestade e é deixado para trás por sua tripulação. Mas Watney sobrevive e encontra-se sem recursos e sozinho no planeta hostil. Apenas com suprimentos escassos, Watney deve contar com a sua criatividade, engenho e espírito para subsistir e encontrar uma maneira de sinalizar à Terra que está vivo. A milhões de quilômetros de distância, a NASA e uma equipe de cientistas internacionais trabalham incansavelmente para trazer “o marciano” de volta enquanto seus colegas de tripulação simultaneamente traçam uma ousada, se não impossível, missão de resgate. Conforme essas histórias de incrível bravura se desdobram, o mundo se une para torcer pelo retorno seguro de Watney.


Trailer:

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