Oscar 2015: O Jogo da Imitação (2014, de Morten Tyldum, indicado a 8 Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção)

O Jogo da Imitação foi uma das grandes surpresas de 2014. Com um diretor pouco experiente, uma história real pouco conhecida e com uma atuação gigantesca do relativamente novo Benedict Cumberbatch, o filme alcançou 8 indicações ao Oscar e se tornou um dos mais elogiados do ano. As categorias em que concorre são: Melhor Filme, Melhor Direção para Morten Tyldum, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator para Benedict Cumberbatch, Melhor Atriz Coadjuvante para Keira Knightley, Melhor Trilha Sonora para o competente Alexandre Desplat, Melhor Montagem e Melhor Direção de Arte. E o filme realmente é muito bem feito, competente em cada aspecto. Apenas achei que faltou algo para me empolgar mais, senti que faltou algo para me prender de vez à história. Mas isso não tira os méritos do longa.

O bom roteiro narra a excentricidade de Alan Turing, um gênio que desenvolveu uma máquina (os primórdios da computação) capaz de desvendar a Enigma, máquina de codificação que revelou importantes mensagens nazistas, fazendo assim com que descobrissem os planos do inimigo, e finalmente acabando com a guerra. O filme inusitadamente mostra um grupo de “nerds” ingleses ajudando a acabar com a Segunda Guerra Mundial. Este lado mais brando e burocrático da guerra foi tão importante quanto a frente de batalha, tendo até mesmo espiões e tensão interna. Keira Knightley atua muito bem, embora eu não saiba se realmente merecia a indicação no Oscar. Matthew Goode e Mark Strong também tem bons coadjuvantes, porém controlados nos seus papéis. Aliás parece que todos os coadjuvantes estavam bem centrados e controlados nos papéis, atuando de maneira realista e séria.

Sobra então espaço para o protagonista brilhar: Benedict Cumberbatch (o vilão de Além da Escuridão – Star Trek e a voz do Dragão Smaug na trilogia O Hobbit) dá um show de interpretação. Sua atuação extremamente cativante e enérgica dão vida ao personagem. Suas características e seus trejeitos são bem acentuados. Nós não enxergamos o ator, mas enxergamos realmente Alan Turing diante as câmeras. Toda construção em volta do protagonista foi bem executada, até mesmo seu terrível segredo: sua homossexualidade, considerada crime de guerra na época. O Jogo da Imitação é um ótimo filme britânico, que não me cativou tanto quanto eu gostaria, mas que merece méritos por uma ótima direção do norueguês Morten Tyldum (diretor promissor), uma atuação perfeita de Benedict Cumberbatch (ator ainda mais promissor) e toda uma construção técnica muito bem realizada. Uma história que merecia ser contada e que tem direta influência em todos nós hoje, seja pela vitória que o mundo teve em cima do nazismo ou seja pelos nossos tempos atuais, onde os computadores fazem parte do cotidiano. Onde o mundo vive atrás de uma tela, um teclado e alguns circuitos.

Direção: Morten Tyldum

Elenco: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode, Mark Strong, Charles Dance,Allen Leech, Tuppence Middleton, Rory Kinnear, Steven Waddington, Tom Goodman-Hill.

Sinopse: a história acompanha a interessante vida do gênio matemático e cientista Alan Turing. Durante a Segunda Guerra Mundial, Turing trabalhou para a inteligência britânica, num centro especializado em quebra de códigos. Por um tempo ele foi chefe de Hut 8, a seção responsável pela criptoanálise da frota naval alemã. Planejou uma série de técnicas para quebrar os códigos alemães, incluindo o método da bombe, uma máquina eletromecânica que poderia encontrar definições para a máquina Enigma.

Trailer:

Deixe uma resposta