Crítica: Malévola (2014, de Robert Stromberg)





Depois dos novos e interessantes, mas não perfeitos Alice no País das Maravilhas de Tim Burton e Oz – Mágico e Poderoso de Sam Raimi; não esperava nada de Malévola. Trata-se de mais uma reimaginação de um conto clássico, com características góticas e obscuras em uns momentos e coloridas e infantis em outros momentos. Aqui, o clássico A Bela Adormecida é recontado de maneira peculiar. Pois foi por justamente não esperar nada do filme que me surpreendi positivamente. Não que seja um dos melhores do ano, mas é inegável o imenso sucesso de bilheteria, estando no TOP 10 de muitos países. Com cerca de 50% de aprovação da crítica (nem bom nem ruim), o filme tem seus acertos.

A direção é formal, seguindo um padrão já estabelecido em Alice e Oz. Robert Stromberg aposta pela primeira vez na direção, não inovado e nem errando muito. Apenas seguindo um padrão Disney. Antes deste trabalho, o cara era responsável pelos efeitos visuais de diversos filmes, como estes citados acima. Visualmente ele desempenha um trabalho muito bom, contrastando elementos góticos e coloridos. O filme apresenta uma fotografia bonita e a canção de ninar na voz de Lana del Rey soa muito bem. As atuações estão todas corretas, exceto aquele pálido jovem príncipe sem sal, que ao menos aqui não tem importância nenhuma. Diria que ele é um erro que deveria ser cortado do filme. Após o ótimo e nostálgico Super 8, Elle Fanning mostra que tem talento, apesar de estar presa à uma personagem bem clichê. Depois de ser o herói no excelente Distrito 9, ter um papel hilário no bom Esquadrão Classe A, ser um vilão no bom Elysium e participar no interessante terror Open Grave, Sharlto Copley se mostra um dos melhores atores da atualidade, com uma imensa versatilidade. Aqui ele é o amor de Malévola, tornando-se após isso o ambicioso vilão da trama.


Por fim, não tem como deixar de ressaltar que o filme é dela: Angelina Jolie. É o que há de melhor no longa, simplesmente dando charme, fôlego e vida à produção. Verdadeiramente “ostentando” asas negras, a já experiente atriz atua em determinados momentos apenas com um sorriso, um grito, um olhar ou com uma leve expressão facial. Jolie está alguns patamares acima de muita atriz popular. Por isso, ela é a graça do filme. Sentimos pena dela e torcemos por ela, mesmo quando de heroína passa para vilã do filme. Ela tem razões e motivos para fazer o que faz. Já não é novidade que a Disney tem apostado em tramas feministas, vide o já citado Alice, além do recente sucesso Frozen. Mas note que o estúdio não nega a existência do amor verdadeiro, apesar de todo feminismo. O que vem-se pregado na verdade é que o amor verdadeiro tem diferentes formas de se manifestar. Não existe príncipe encantado. O amor pode vir de um ladrão, de um cara simples. E muito além disso, vem de um amigo, uma irmã ou uma mãe, mesmo que quando não há laços sanguíneos, mas laços afetivos. Muitas vezes o amor vem de onde menos esperamos. Esta ideia é interessante, enriquece a trama do filme e mostra uma certa realidade. Por estes motivos, mesmo que carecendo de originalidade, Malévola é um interessante filme, que merece ser visto. Sem falar que somente Angelina Jolie já vale pelo filme todo.





Direção: Robert Stromberg

Elenco: Angelina Jolie, Elle Fanning, Sharlto Copley, Kenneth Cranham, Lesley Manville, Miranda Richardson, Sam Riley, Juno Temple, Imelda Staunton, Brenton Thwaites.

Sinopse: A história não contada da vilã mais icônica da Disney, do clássico de 1959, A Bela Adormecida. Uma bela e ingênua jovem com atordoantes asas negras, Malévola leva uma vida idílica, crescendo em um pacífico reino em uma floresta, até que o dia em que um exército invasor de humanos ameaça a harmonia da região. Malévola surge como a mais feroz protetora da região, mas acaba sendo vítima de uma impiedosa traição — um acontecimento que começa a transformar seu coração outrora repleto de pureza em pedra. Determinada a se vingar, Malévola enfrenta uma batalha épica contra o rei dos humanos e, como consequência, amaldiçoa sua filha recém-nascida, Aurora. Conforme a menina cresce, Malévola percebe que Aurora é a peça essencial para estabelecer a paz no reino — e para a verdadeira felicidade de Malévola também.




                                  Trailer:































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