As Tartarugas Ninja (Remake 2014, de Jonathan Liebesman)



Desde que surgiram, é notável que as Tartarugas Ninja (jovens e mutantes) sempre fizeram sucesso. Com uma trilogia de filmes noventista, um longa de animação em 2007 e uma infinita linha de desenhos, séries, jogos, brinquedos e HQ’s; já era de se esperar que elas retornassem às telonas. Com um visual mais agressivo e realista, ação desenfreada estilo Transformers e uma direção clichê de Jonathan Liebesman, este filme vem fazendo um grande sucesso comercial. E de fato é uma superprodução que diverte, embora seja um filme mediano. Saí da sala de cinema querendo mais. Tanto em ver mais das répteis como em quem sabe ver uma continuação melhor.

A bela Megan Fox aqui interpreta a repórter April O’Neil. O visual está fiel, a jaqueta amarela da personagem está presente o tempo todo. Mesmo que a atuação de Megan não seja e nunca tenha sido boa, não é das piores. E sua beleza combinada ao estilo de filmes que ela participa ajudam a relevar a moça. Com um título destes seria incoerente esperar boas atuações. E Megan Fox ao menos não decepciona. Sem falar que parece que a moça fez as pazes com Michael Bay, após suas desavenças em Transformers 2 – A Vingança do Derrotado. Irônico é que no segundo filme dos robôs gigantes há cenas (uma específica e uma moto) em que Fox faz poses sensuais e o diretor foca no corpo, no “traseiro” da moça. E aqui acontece o mesmo. Há uma piada envolvendo o “traseiro” da moça, isso em plena perseguição! Michael Bay, que aqui sede o posto de diretor para Liebesman e ataca de produtor do longa – parece se vingar da morena. Piadas com a sensualidade da atriz à parte, Fox dá conta do recado e atrai o público masculino (e até feminino) mesmo sem ser uma boa atriz. 


O restante do elenco soa apenas mediano, desde o câmera que gosta de April (Will Arnett) até o vilão William Fichtner (que seguidamente trabalha com Bay, como em ‘Armageddon’). Na direção encontramos um problema: o básico de sempre do cineasta Jonathan Liebesman. O cara insiste em fazer o básico demais. Mesmo que com um início promissor no terror, com os interessantes No Cair da Noite e o Manipulador de Cérebros – além do mediano mas graficamente forte O Massacre da Serra Elétrica – O Início, Liebesman apostou em grandes orçamentos. Invasão do Mundo – Batalha em Los Angeles e Fúria de Titãs 2 são filmes que fizeram sucesso comercial, mas que de alguma forma apresentaram todos os clichês possíveis. No caso do épico grego Fúria de Titãs 2 o filme simplesmente se apega no primeiro e nada de novo é feito. Sendo um dos cineastas mais parecidos com Michael Bay, Jonathan Liebesman faz de As Tartarugas Ninja um filme repleto de clichês dos clichês, não ousando e não inovando. Isso acaba dando aquele efeito “feijão com arroz” em um filme que deveria apresentar heróis para uma nova geração.


Mas não se deve negar que pelo menos na ação o diretor sabe filmar, sendo um dos grandes atrativos de sua trajetória. Isso explica que, mesmo recebendo críticas bem pesadas, seus filmes fazem bastante sucesso. As Tartarugas Ninja vem arrecadando muito mais do que o esperado e a continuação já está sendo feita. Tomara que esta tenha um roteiro melhor, algo que neste filme carece. As situações não são ruins ao todo, mas você já viu isso em outros filmes.


No aspecto técnico, os efeitos visuais estão realmente bons! As cicatrizes e os objetos das tartarugas as tornam bem reais. O mestre Splinter tem movimentos na orelha, trejeitos e detalhes típicos de um roedor, parecendo mais real – mesmo que em computação. A fotografia é assinada pelo brasileiro Lula Carvalho, que apresenta um trabalho acima da média. Há várias cenas com bela iluminação, algumas vezes com feixes de luz sendo jogados contra a câmera, deixando o filme mais belo visualmente. A ação é exagerada, tudo se destrói e na maioria das vezes empolga, mesmo sendo rápido demais.

E para finalizar, vamos ao que interessa e falar delas! Você vai assistir ao filme pelas tartarugas, e nisso não decepciona. Elas são engraçadas, trazendo alívio cômico para a criançada. O novo visual delas é mais bruto, elas parecem mesmo guerreiras. As expressões faciais de cada uma são impressionantes. Elas carregam o filme nas costas e divertem o público. Questões de confiança, lealdade, liderança e aprendizagem estão ali, presentes. Ao fim, depois de explosões, lutas contra o Destruidor e seus capangas e tudo o mais, percebemos que estamos diante de genuínos super heróis. As Tartarugas Ninja é um filme que poderia ser muito mais, mas foi médio. Mesmo que precise de um diretor mais original e um roteiro que fuja do básico demais, ‘As Tartarugas Ninja’ merece ser visto pelas personagens título. Não leve a sério o filme, desligue o cérebro e assista a esta obra descompromissada.







Direção: Jonathan Liebesman

Elenco: Megan Fox, Alan Ritchson, Noel Fisher, Jeremy Howard, Will Arnett, Danny Woodburn, Pete Ploszek, William Fichtner.

Sinopse: Crime e medo se espalham pelas ruas enquanto o Destruidor e seu maligno Clã do Pé dominam tudo com punho de aço, da polícia aos políticos. O futuro parece incerto até que quatro irmãos marginalizados, sobreviventes de uma experiência que deu errado, surgem do esgoto e assumem seu destino como os mais novos vigilantes mascarados. Confrontados com os diabólicos planos de domínio do Destruidor, estas Tartarugas Ninja estão prestes a se unirem com a destemida repórter April O’Neil (Megan Fox) e seu operador de câmera sagaz Vern Fenwick (Will Arnett) para salvar os cidadãos de Nova York.


                                 
                                Trailer:

































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