Crítica: Frankenstein – Entre Anjos e Demônios (2014, de Stuart Beattie)


O clássico monstro de Frankenstein está de volta, ou ao menos deveria estar. Eis que no início de 2014 este filme intitulado Frankenstein – Entre Anjos e Demônios foi um dos maiores fiascos do ano, com cerca de apenas 5% de aprovação da crítica especializada e com uma bilheteria fraca. O filme tenta recolocar o ícone cult nos nossos dias, dessa vez como um herói. O filme segue a regra de Anjos da Noite, pegando seres do gênero terror e colocando na ação. Mas também faz algo parecido com Van Helsing, transformando um personagem clássico do terror em um super herói caçador de monstros. O fato é que tanto a quadrilogia Anjos da Noite como o Van Helsing (na pele de Hugh Jackman) são filmes divertidíssimos de assistir. Até mesmo o fracasso de 2012 Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros diverte e tem alguns acertos, desde que se desligue o cérebro. Mas este filme aqui não consegue sair do genérico, o que é uma pena. 


Por gostar deste tipo de filme, tinha certa expectativa quanto a este, mas muito pouco foi suprido. Entre os poucos pontos positivos há a presença de Aaron Eckhart como o herói Adam (o monstro de Frankenstein). Há também a presença vilanesca do veterano Bill Nighy (do ótimo Questão de Tempo). Pena quem ambos bons atores não entregam atuações dignas, isso por causa do roteiro e direção não sugar isto deles. Então de positivo fica só a presença de ambos. O próprio Bill Nighy estar no filme na pele do vilão nos remete à saga Anjos da Noite, já que lá ele também é um vilão sobrenatural, o líder do clã dos vampiros. A bela Miranda Otto aparece como a líder do clã dos gárgulas, que aqui são os anjos. A quem não sabe, gárgulas são aquelas estátuas de seres estranhos e com asas que às vezes podem ser vistos em prédios antigos. Geralmente há muita lenda em volta dessas estátuas e aqui no filme se utiliza isso de forma que eles são guardiões, os anjos que combatem os demônios. E no meio dessa guerra encontra-se Adam, virando assim o herói.

Outro ponto positivo do filme é o aspecto visual. As roupas, o estilo sombrio, as armas e a computação gráfica não são ruins. Mesmo que haja um ou dois momentos de falha, os efeitos especiais funcionam muito bem. O melhor fica por conta das já citadas gárgulas, com expressões faciais e muito bem feitas em animação. As lutas são bem coreografadas, mas elas não são bem filmadas. E pelo filme ser rápido demais acabam sendo apressadas. Aliás, o filme todo é de uma pressa só. O que deveria ser uma batalha épica se passa em rapidíssimos 90 minutos, deixando de lado muita coisa. Falta desenvolver o drama, os medos e o lado sombrio do herói. Falta mostrar mais do seu passado e do seu próprio criador, o doutor Frankestein. Faltou filmar melhor e por mais tempo as lutas, para assim serem mais eletrizantes. E o principal: faltou um roteiro. Aqui tudo é muito genérico: tem o herói, tem o conflito e aí vem as lutas. Um emaranhado de clichês, que sim poderiam ser bem utilizados. Pena que optaram em fazer “apenas mais um filme”.

Frankenstein – Entre Anjos e Demônios chega como uma decepção. Um filme que poderia ter entregue ao menos mais emoção nas lutas. Que poderia ao menos ter um pouquinho de terror ou cenas mais fortes. Mas não ousou nem isso e se entrega apenas como mais um filme sem emoção. Uma pena, pois tinha potencial. Se você quer ver um bom terror, procure pelos clássicos do Monstro de Frankenstein. E se você quer ver um filme mais moderno e com elementos de terror e ação, assista a franquia Anjos da Noite, que pelo menos em adrenalina você não irá se decepcionar.


Direção: Stuart Beattie

Elenco: Aaron Eckhart, Yvonne Strahovski, Bill Nighy, Aden Young, Caitlin Stasey, Chris Pang, Deniz Akdeniz, Jai Courtney, Luke Wright, Mahesh Jadu, Miranda Otto, Paul Allica, Socratis Otto.

Sinopse: o monstro de Frankenstein, Adam (Aaron Eckhart), sobreviveu até os dias atuais. Agora o mesmo busca encontrar o próprio caminho, na obscura cidade de Darkhaven. O lugar é habitado por anjos, demônios, vampiros, lobisomens e outros monstros. Adam irá por fim, se envolver em uma guerra entre dois clãs imortais. A guerra acontece nas sombras — mas ele está disposto a encontrar sua própria luz.

                                  Trailer:



























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