Crítica: Duro de Matar 5 – Um Bom Dia para Morrer (2013, de John Moore)


O primeiro Duro de Matar é um clássico oitentista, um filme de ação padrão, porém divertidíssimo. As piadas e o jeito “atira e explode tudo primeiro para depois perguntar” deu certíssimo com o astro Bruce Willis. Rendeu uma continuação excelente (umas das melhores continuações já feitas). O terceiro capítulo veio com um ritmo mais estilo anos 90, mas fez sucesso. O 4 (intitulado inteligentemente 4.0) veio em 2007 como uma grata surpresa, um filme extremamente explosivo e muito divertido. Ação e situações extremas no melhor estilo super herói. Sou fã do 4.0, mesmo que totalmente contra a física. O que dizer do 5° filme? Até diverte, mas decepciona mesmo.



Enquanto que os filmes anteriores deixavam um roteiro básico com laços de família, amizades, resgate e bom humor para equilibrar toda ação; aqui só há ação. Tem um mísero fiapo de relação entre pai e filho. Mas infelizmente não funciona. E isso acontece por dois motivos: o filme se concentra mais no filho do que no pai e este filho não tem o carisma que o pai tem. Simples assim. O melhor desta quinta parte continua sendo Bruce Willis, que apesar de já aparentar idade é engraçado e genial. Mas o novato Jai Courtney (do seriado Spartacus) não tem fôlego para um grande filme de ação. Ele é muito “cara amarrada” e não solta uma piada boa sequer. Tem certos momentos em que dá vontade de matar ele tamanha frieza com que trata seu pai (afinal o coroa tá ali quase morrendo matando metade de Moscou, e o pirralho não reconhece!). E olha que Bruce Willis tenta a todo instante se aproximar do cara (mesmo que com toda a ação). Sim, nas mãos de um ator mais carismático, seria um filme e tanto.


O diretor não facilita muito. John Moore é genérico demais. Ele não dirige mau, apenas tem uma direção inexpressiva, padrão e nada inovadora. Seu único trabalho que aprovei foi no rejeitado Max Payne (como bati final no jogo conheço e sei que pelo menos o visual e as câmeras lentas são parecidas). No resto os filmes de John Moore foram genéricos, que nem este aqui. Outra coisa que decepciona é que o filme tem 30 minutos a menos que o anterior. Ou seja, se foca na ação e deixa o desenvolvimento de lado. E por fim, o trailer vende muito e o filme entrega pouco. O trailer é bom e até apresenta música clássica, porém: as cenas de ação do trailer é as que estão no filme e a linda modelo Yuliya Snigir esquenta o trailer de lingerie em cima de uma moto, mas no filme não são mostrados nem 3 segundos do que prometeram. Ela está ali, linda e malvada, mas não é bem desenvolvida.

Há reviravoltas sim, umas 3. Uma delas eu não esperava. E o filme quase toma o rumo certo mostrando relação de pai e filho (os heróis) e pai e filha (vilões). Quase, porque acaba se perdendo no meio do caminho. O que resta para elogiar? Bom, a trilha sonora do talentoso Marco Beltrami continua eletrizante, isso admito. A fotografia de Jonathan Sela é linda, utilizando bem as paisagens e as ruas de Moscou. Até a fotografia da cidade de Chernobil é bonita e áspera. A computação gráfica nas exageradas cenas de ação são excelentes e dignas de blockbusters. Sim, toda parte técnica e áudio-visual é competente e satisfatória. As cenas de rajadas de bala de grande calibre destruindo tudo são o destaque do filme. Digno de Homem Aranha e Homem de Ferro, Willis e seu filho são indestrutíveis. São 4 vezes que eles atravessam vidro e 3 vezes que caem de alturas gigantescas. Willis capota duas vezes carros distintos em uma mesma cena de ação (cena longa e onde mais de 100 carros e 5 estradas são destruídas, no mínimo!). Ainda, Bruce Willis detona com um imenso helicóptero usando um caminhão que está dentro do próprio helicóptero (não me peça para explicar, assista!). Toda esta parte exagerada eu gosto, é divertida e costumo dizer que Duro de Matar é como Transformers, só que sem robôs.


Fica o ar de que o filme é fraco e decepciona. Faltou meia hora à mais de filme, uma direção mais ousada e um ator melhor para ser o filho do herói (e maluco) John McClane. Se vale a olhada? Sim, para quem já conhece e é muito fã da saga. Há a bela modelo russa Yuliya Snigir, a bela Mary Elizabeth Winstead aparece rapidamente para fazer ligação com o filme 4.0 (ela é a filha de John) e tem bom visual e trilha sonora. Sem falar nas cenas loucas de ação e trazer de volta o melhor da ação: Bruce Willis. Fora isso é apenas mais um filme que poderia ser muito maior. Parece que virá o sexto em breve. E torço para duas coisas: que o sexto seja e último e que seja melhor desenvolvido, talvez do nível do 4.0; pois o querido Bruce Willis e seu eterno John McClane merecem.

PS: só eu que acho o título Um Bom Dia para Morrer uma inteligente homenagem dos tempos de ouros de 007, quando ele enfrentava os terríveis vilões soviéticos?







Direção: John Moore

Elenco: Bruce Willis, Jai Courtney, Mary Elizabeth Winstead, Patrick Stewart, Sebastian Koch, Yuliya Snigir.

Sinopse: Bruce Willis volta a entrar na pele do policial John McClane e, dessa vez, viaja até Moscou, para uma missão internacional. Nesse filme, Jack (Jai Courtney), filho de John, é apresentado e parece ser tão durão quanto o pai. Com um relacionamento complicado, John e Jack terão que trabalhar juntos para se manter vivos… e para evitar que uma parte sombria de Moscou consiga controlar armas nucleares.

                                                  Trailer:






Já que o filme não fez, vou ser bonzinho e mostrar um pouco da linda modelo Yuliya Snigir:






                                   Mais fotos e cartazes do filme:

  

  


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