Crítica: O Cavaleiro Solitário (2013, de Gore Verbinski)



Walt Disney + Gore Verbinski + Jerry Bruckheimer + Johnny Deep = ‘Piratas do Caribe’. Não, espera! Estamos falando do maior fracasso comercial de 2013, ‘O Cavaleiro Solitário’. Tido como umas das bombas do ano, gerou certa expectativa até seu lançamento – expectativa que não se consolidou. E o mais estranho foi o mestre Quentin Tarantino colocar este filme como um dos 10 melhores do ano. No caso de ‘Kick Ass 2’, concordei plenamente com Tarantino. Neste caso aqui ouso discordar, embora o filme não seja ruim. O grande problema de ‘O Cavaleiro Solitário’ é repetir a fórmula das aventuras da Disney, como os ótimos ‘Príncipe da Pérsia’ e ‘Piratas do Caribe’. A superprodução diverte por duas horas e meia, é o típico arrasa quarteirão de verão. Porém teve o amargor de fracassar, talvez porque o público esteja se cansando das mesmas histórias nas telonas.


A direção de Verbinski continua boa, nada além disso. O diferencial dele sempre foi a maneira de filmar as cenas de ação, sempre bem engenhosas (quem lembra das malucas cenas de ação de ‘Piratas do Caribe’, como por exemplo a ilha, a tribo de canibais e as gaiolas gigantes no segundo filme?). Aqui novamente o diretor abusa de inventabilidade nas sequências engraçadas e exageradas de aventura. Os efeitos especiais estão muito bons, justificando o altíssimo orçamento da projeção. Senti falta de uma trilha sonora mais autoral, mesmo que as várias referências à série e aos clássicos ‘spaghetti westerns‘ estejam ali. Destaque para os figurinos e a fotografia do filme, que realmente estão ótimos e de bom gosto. Especialmente, a fotografia é belíssima e merece um reconhecimento certo. O filme é longo e pode cansar a quem espera uma diversão mais rápida. A presença de Johnny Deep é um luxo, como sempre. E assim como em ‘Piratas do Caribe’, ele é o verdadeiro protagonista – sendo que deveria ser o coadjuvante. O ator Armie Hammer (interpretou os gêmeos em ‘A Rede Social’)  não é ao todo ruim, mas não é muito conhecido e não tem o carisma necessário para segurar as pontas como o herói. Mesmo que sem o mesmo charme e a mesma graça do Capitão Jack Sparrow, o índio Tonto consegue distrair o público.



Apesar de várias cenas hilárias e estranhas, como Helena Bonham Carter como uma prostituta com uma perna de marfim que na verdade é uma arma, o filme tenta se levar a sério, o que é um engodo. Se o filme apostasse em menos seriedade e mais descontração seria um melhor entretenimento. Não se engane, há bastante piadas. Mas toda a tensão e seriedade em momentos chave destoam do restante do filme. Às vezes é melhor apostar totalmente no descompromisso do que aparentar ser mais sério do que realmente é. Defeitos à parte, o filme irá divertir o público infanto-juvenil. Baseado na HQ e série televisiva (muitas vezes confundidas com o ‘Zorro’), o roteiro do filme traz algumas surpresas. Gostei da narração do filme, dos aspectos históricos e da ótima sequência de ação final, embalada pela clássica melodia ‘William Tell Overture’, de Rossini. Assista sem muitas expectativas e poderá se distrair. Sem falar que a obra faz um resgate de um gênero esquecido e que outrora já foi muito amado: o faroeste. Apenas não vá achando que será um dos melhores ou um dos piores filmes do ano. É apenas mais uma aventura carregada de efeitos especiais e fantasia. E isso você certamente já assistiu.

NOTA: 7


Direção: Gore Verbinski

Elenco: Johnny Depp, Armie Hammer, William Fichtner, Tom Wilkinson, Barry Pepper, Helena Bonham Carter, Mason Cook, Ruth Wilson, James Badge Dale, Harry Treadaway, Jason E. Hill, James Frain

Sinopse: o homem-da-lei John Reid (Armie Hammer), deixado para morrer numa emboscada com cinco outros Texas Rangers, é tratado pelo índio Tonto (Johnny Depp). Ele então passa a usar a máscara do Cavaleiro Solitário para vingar o assassinato de seus camaradas e levar justiça aos malfeitores.

Trailer: 




Bônus:

William Tell Overture, de Rossini:

































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