Crítica: Depois da Terra (2013, de M. Night Shyamalan) – A pior ficção da história ou preconceito com o diretor?



M. Night Shyamalan já foi um dos maiores novatos do cinema, um promissor mestre da sétima arte; isso quando apresentou seu primeiro e maior sucesso: ‘O Sexto Sentido’. O filme arrebatou público e crítica, sendo que até hoje é extremamente bem lembrado. Depois vieram produções que dividiram águas, como ‘Corpo Fechado’, ‘Sinais’ e ‘A Vila’ – onde afirmo gostar de todos! Depois vieram os massacrados ‘A Dama na Água’, ‘Fim dos Tempos’ e ‘O Último Mestre do Ar’, nos quais os dois últimos citados até acho interessantes. Agora surge sua ficção científica, regada de clichês futuristas e pós-apocalípticas. Nas mãos de Shyamalan e com pai e filho – Will Smith e Jaden Smith – ‘Depois da Terra’ é um dos maiores fracassos do ano. Foi inclusive acusado como uma das piores ficções científicas da história! O que tenho a dizer? Sem exageros, o filme é assistível. Diverte por algumas horas e nada mais. Longe de ser ótimo, está longe de ser péssimo. Apenas um filme “mais do mesmo”.



Acusar ele de horrível já é encrencar com o diretor, coisa que infelizmente os críticos fazem (vide o exemplo com Michael Bay). Mas realmente o roteiro não ajuda. A direção razoável de Shyamalan está presente, os efeitos especiais estão bons (embora nunca à altura do que poderia ser), tem uma boa dose de ação e aventura. A Terra hostil lembra bastante Pandora de ‘Avatar’. O problema é que o roteiro não inova em nada. O ótimo ator que é Will Smith fica bastante apagado como um soldado estelar que fica imóvel após quebrar a perna. Sem falar que sua personagem não demonstra sentimentos nem para com o filho. E o filho? Bem, Jaden Smith está bastante robótico, regredindo um pouco na carreira. Tendo pai e filho tanto na telona como fora, os sentimentos deveriam ser explorados, o que não ocorre aqui.


Há a presença de uma ou duas cenas com certa filosofia, algo bem comum nos filmes deste diretor. Reconheço e louvo seu esforço, pena que aqui não vai muito longe. Ao explorar medo  e coragem, o filme quase emplaca e quase sentimos amor ou tensão pelos acontecimentos. Há uma boa cena onde o filho tem um sonho bem estranho envolvendo sua irmã falecida. Alguns bons elementos, como a trilha sonora nas cenas chave (artifício sempre usado por Shyamalan) e a cena da ave gigante, são momentos que valem a olhada do filme. Mas não no telão e com o ingresso caro do cinema, vale a olhada em seu lar, no DVD ou computador. ‘Depois da Terra’ visa especificamente ser uma superprodução de verão, visa o lucro; que neste caso inclusive não rendeu. 

Entre muitos erros e alguns acertos, o filme pode ser visto se esperando quase nada. Aí até poderá curtir a sessão. Esta é uma ficção científica de um cara que já foi um grande diretor (na verdade ainda tenho fé nele), com um bom astro e o seu filho que tenta firmar carreira em Hollywood. Mas é um entretenimento passageiro, que nunca entrará para lista de filmes memoráveis. Porém não é o lixo completo anunciado pelos críticos – críticos esses que por alguma razão já tem uma ideia pré-estabelecida com respeito a M. Night Shyamalan, assim como fazem com Michael Bay, Roland Emmerich e outros. Fica a nota de cuidado, pois ter um pré-conceito também é racismo. Polêmicas à parte, baixe ou alugue ‘Depois da Terra’ e tire suas conclusões. Eu achei um filme bem mediano. 

NOTA: 6


Direção: M. Night Shyamalan

Elenco: Will SmithJaden SmithIsabelle Fuhrman, Kristofer Hivju, Gabriel Casta, Mohamed Daha, Zoe Kravitz, Sophie Okonedo, David Denman, Lincoln Lewis 

Sinopse: mil anos depois de um cataclisma ter forçado a humanidade a sair da Terra, Nova Prime se tornou o novo lar dos humanos. O lendário general Cypher Raige (Will Smith) retorna para sua família depois de uma longa ausência a serviço, pronto para criar seu filho de 13 anos Kitai (Jaden Smith). Quando uma tempestade de asteroides danifica a nave de Cypher e Kitai, eles caem numa Terra perigosa e inóspita. Enquanto seu pai fica à beira da morte no cockpit da nave, Kitai deve percorrer o terreno hostil para recuperar seu sinalizador de resgate.
Durante toda sua vida, Kitai quis ser um soldado, como seu pai, e hoje ele tem essa oportunidade.


Trailer:






















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