(Mês do terror) Crítica: SOBRENATURAL 2 (Insidious part II)

Sentar para assistir Sobrenatural 2 só pode ser descrito como uma experiência assombrosa. Mas não se engane. Não é assombroso por ter todos os sustos eletrizantes que esperamos em qualquer exemplar do gênero. É assombroso de “muito ruim” mesmo! 
É assombroso, desnecessário e triste. Triste porque nos dá um bocado de certezas bem tristes. Uma dessas certezas? O filme simplesmente deixa claro como água potável que o subgênero “horror elegante com quase nenhum sangue e bons sustos com espíritos à moda antiga” que teve seu ápice de excelência com o tão recente (e ótimo) Invocação do Mal, já está morrendo! Trata-se apenas do ciclo natural das coisas. Chega, explode em sucesso e morre. É o que aconteceu com Atividade Paranormal. Filmes novos até já foram anunciados, mas a verdade é que ninguém (depois da overdose dessa temática) tem mais saco para acompanhar a trama com “”’filmagens reais encontradas”””. 
Outros dos fatores tristes é que o promissor diretor James Wan perdeu a mão. Que a indústria do cinema é mesmo uma máquina de dinheiro descarada (com o anúncio do terceiro filme dessa franquia já morta e enterrada com esse vergonhoso segundo exemplar).
Mas voltando a primeira certeza, porque é mesmo o fator chave que destrói isso aqui. Já se tornou batido… E tão cedo. Isso mesmo. Após 20 minutos de filme, eu já perdi totalmente a vontade de assistir. Reprisando sem nenhum pudor imagens diretamente do primeiro filme, eu já tinha visto aquela direção de fotografia (azulada), já tinha ouvido aquela trilha sonora, visto aquelas atuações. Se tornou maçante, chato! Daí uma certeza, essa pessoal, que Sobrenatural 2 trouxe para mim foi o quanto eu amo cinema e amo bancar o crítico aqui, porque foi a primeira vez que realmente me forcei a assistir a um filme que eu estava plenamente odiando até o fim, só para cumprir com minhas tarefas de “escritor de críticas”. 
O primeiro filme não foi nenhuma obra-prima, mas tinha frescor e a ousadia de tentar algo novo, o que sempre merece nosso respeito. A obrigação de todo filme original: ser original. E o primeiro
filme conseguiu. Aqui é tudo tão repetitivo. Se você já viu o primeiro filme você vai ficar irritado ao constatar que já viu aquela cena do espírito falando pela babá eletrônica, o ritmo do final. A obrigação de toda sequência: Dar continuidade ao frescor da primeira obra. E aqui isso não foi alcançado.
Não há um susto que funcione! Uma fantasma esbofeteia a “mocinha” e eu só ri alto. No final uma panela é atirada contra a cabeça da mesma e todos os que viam riram alto. 
Sobrenatural 2 pode ser perfeitamente definido como uma pessoa morrendo e dando os seus suspiros finais. Lá uma vez ou outra dá um suspiro revigorado que nos enche da tola esperança de que vai engrenar (como lá pro fim com a revelação de que acontecimentos do primeiro filmes já figuravam ações do segundo, na verdade. Assim como a revelação do passado da principal fantasma, que com o inusitado tópico “transformar um menino em menina durante sua infância”, até que tem o seu toque de originalidade), mas é mesmo só falsidade. Essa massaroca falha só é uma xerox cheia de ranhuras do primeiro exemplar.
E o diabinho de cara vermelha que agitou as coisas no primeiro filme nem aqui está. Imperdoável.

NOTA: 3,5 de 10

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