CRÍTICA (Oscar 2014!): Universidade Monstros

Mais um filme da Pixar. Mais um derivado de um filme que eles já fizeram. Eles já nos apresentaram o derivado perfeito além de palavras Toy Story 3 e então o ruim Carros 2. Por isso assim que se anunciou que o derivado do queridinho Monstros S.A. seria lançado, pairou a dúvida. Será bem ruim quanto Carros 2 ou alcançará níveis de clássico como Toy Story 3? Eu não vou optar pela saída fácil e, para não me comprometer, sair com uma fala do tipo “Universidade Monstros” cai bem entre esses dois exemplares. Não. Essa produção que certamente será indicada ao Oscar 2014 de melhor longa de animação não atinge a nota de maestria de Toy Story 3, mas está muito, mas muito mais perto do nível de excelência desse do que do fiasco Carros 2.
Ô, ô… Quem viu o primeiro filme (e afinal, quem não viu?) conhece essa silhueta logo quando ele é pela primeira vez apresentado. Mas em seguida… Não é nada como a gente imagina que seria. Eles brincam como o que a gente acredita que já conhece da estória e isso é demais!
Nessa prequel, nós acompanhamos os eventos que antecedem o filme original. Se no original, além da fofinha menina Boo, o que vimos foram os monstrengos carismáticos Mike e Sulley trabalhando na grande fábrica, assustando crianças inocentes para conseguir energia elétrica para o seu mundo, o que vemos aqui é como se sucedeu o encontro inédito desses dois na universidade. E que ninguém acredite que os dois se tornaram best friends forever de cara. Muito longe disso.
O gostoso roteiro nos traz um Sulley arrogante, que se acha o tal, aquele que não precisa estudar porque é fortão e berra que não é preciso ler livros para saber como assustar uma criança. Em contrapartida está o sempre esforçado, sempre deixado de lado e passando despercebido Mike. Quando um incidente faz com que a permanência dos dois no curso de “assustadores” na universidade seja ameaçada, ambos inimigos declarados precisam trabalhar juntos (e ainda com uma equipe de mais monstrinhos postos de lado, atrapalhados e o mais importante, muito engraçados) para vencer “os jogos do assustador” (realmente uma dinâmica que me lembrou em vários momentos a saga Jogos Vorazes), várias atividades cheias de riscos a ser cumpridas, para que só assim assegurem sua permanência.
Sulley tem mais expressões e atua muito melhor do que a Kristen Stewart, por exemplo. Mas também… Quem não?
Falando de uma vez do que não funciona (porque é inevitável. Lembra que eu disse… “Não é nenhum perfeito Toy Story 3”?), o tal roteiro gostosinho tem os bueiros onde cai com a estória em momentos. Aquele trecho que parece forçado ali, aquilo que é muito genérico aqui… Mas é engraçado! Ok. Eu nunca dei risadas intensas em nenhum momento, mas soprei uns risinhos (eu sou o teste definitivo para comédia. Sou duro mesmo para ela. Então ao menos ser capaz de me fazer soprar risos… Wow. Tem meu respeito). As piadas podem não ser intensas, mas nunca uma que é proposta falha. 
A sequência dos jogos é de um vigor ímpar.
Eu fiquei encantando com o trabalho de direção. Ângulos de câmera cem vezes mais inspirados do que em muitos filmes com gente de verdade que aparecem aí. Existem meia dúzia de viradas que realmente surpreendem. Se o filme conseguiu que em dado momento eu falasse sozinho “Nãããããão”… Olha aí ele tendo o meu respeito de novo.
Não é inovador/de arrebatar o coração/de entrar para a história das obras mais inovativas do cinema como outros filhotes da casa tais como Up ou Wall-E, mas é uma ótima animação! Você ri, você se surpreende. Você se deixa envolver, mesmo que sem nunca receber emoção honesta junto no pacote como antes.
Ângulos de câmera inspirados…

Ângulos de câmera MUITO inspirados…
Mas as pessoas precisam mesmo é relaxar, sabe? Apenas acho tão tolo essa ferina cobrança que todos nutrem toda vez que sai um novo filme da Pixar. Realmente todos apontando o dedo indicador na cara dos cineastas desafiando a não apresentar outra obra prima. Foram tão injustos ao criticar pesadamente a animação anterior Valente, quando eu considerei um filme lindo… Não perfeito. É isso. 
Clássicos de animação são mega bem-vindos, mas ainda mais bem-vindo é parar de esperar que todos sejam clássicos. Porque assim um corre o risco de perder a chance de aproveitar plenamente pequenas joias como é Universidade Monstros, que não apenas é a animação, mas sim O FILME MAIS DIVERTIDO QUE EU VI EM 2013.
NOTA: 8,5



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