Crítica: Spring Breakers – Garotas Perigosas (2013)




O tão aguardado, comentado e polêmico Spring Breakers. Sua estreia nos cinemas do Brasil foi cancelada e agora só pro fim do ano sai em DVD. Logo fui eu tratar de assistir ao filme, que vem sendo considerado por alguns meios, como a revista Complex, como o melhor filme de 2013 até o momento. O polêmico diretor Harmony Korine, que quebrou tabus envolvendo o universo adolescente em filmes como ‘Kids’, ‘Ken Park’ e ‘Gummo’ parece que gosta mesmo de extrapolar e mostrar o lado podre dos nossos jovens. O resultado é que este Spring Breakers está longe de ser o melhor do ano, mas está recheado de polêmicas e controvérsias.



Na trama, 3 amigas cometem um assalto para poderem ter grana e passar as férias na praia. Uma quarta amiga, sabendo de tudo, vai junto. Lá, em meio a festas e insanidades na base de drogas e muita tequila; acabam presas. É aí que um traficante paga a fiança das moças, levando-as ainda mais para o mal caminho. O que o diretor faz é abusar de cenas fortes e promíscuas. Claro que tudo retratado tem realidade, somente eu acho que não é tudo tão rápido assim. É muita zoeira pra pouco tempo de filme. Achei que o fato das jovens assaltarem já de início foi meio forçado. Não seria mais fácil inventar mentiras para os pais e conseguirem dinheiro? Enfim …


O elenco traz 5 “talentos” modernos. Duas das moças até 3 ou 4 anos atrás eram “santinhas” da Disney. Selena Gomez e Vanessa Hudgens são as que justamente menos se destacam. Suas atuações são fracas e mesmo assim o diretor tenta em vários momentos focar nelas (não na condução da trama, mas com a câmera). Elas ainda estão longe de se tornarem grandes atrizes, mas aqui ao menos enterram de vez a pose de “boas moças”; caso ainda tivessem. Ashley Benson, do seriado Pretty Little Liars, vem a ser um pouco mais talentosa que as duas citadas anteriormente, pelo menos aqui no filme. E Rachel Korine também se sai bem (ela é casada com o diretor do filme e já trabalhou com ele em outras produções). Aliás, Rachel é a melhor delas em atuação e também beleza. Mas quem carrega o filme nas costas quando aparece é James Franco, cada vez melhor ator! Simplesmente com um visual horrível, é difícil de reconhecer o rapaz. Nem parece que ele é um dos principais heróis do cinema deste ano, onde interpretou o mocinho de Oz – Mágico e Poderoso.



O roteiro é estranho, assim como os diálogos, a direção e a condução do conjunto todo. Visualmente falando não há do que reclamar: boa fotografia, direção de arte bizarra e cenas de colorido e ‘neon’ fortes. Todo o antro envolvendo rap, drogas, excesso de bebidas, assaltos, tráfico e libertinagem juvenil; tudo dá um tapa na cara da sociedade. Há repetições e mais repetições de diálogos, onde mesmas coisas são ditas por personagens diferentes. O problema talvez seja que a grande maioria não está acostumada com o cinema que Harmony Korine propõe. Ele faz obras que tem por objetivo inflamar, cutucar e chocar. Às vezes acaba passando do ponto e entregando algo forte demais. E certas metáforas acabam tendo tanta abstração que fica um sentimento de vazio.


Aqui as jovens aprontam todas, ficando aquele gosto de que na juventude e vigor se pode tudo. A deturpação  da liberdade acaba sambando no seu rosto e fica um gosto amargo. De novo eu digo que o filme é todo estranho, deteriorando ao máximo a expressão ‘sonho americano’. O sonho americano é ter grana, fama, bom carro, perfumes bons, roupa de marca, ter um corpo malhado e “pegar” todos e todas que aparecem. E é isso que estas decadentes personagens fazem. Tudo muito irrefletido, um pouco pueril e juvenil demais. Crianças brincando de gângsters; esta é  impressão de que em determinados momentos o filme ensina. Transmite e imagem de caos e anarquia impregnada na sociedade, algo implantado já desde muito cedo.





Trilha sonora pop e eletrônica afiada que irá agradar os mais jovens e badaladores. Tecnicamente falando o filme é ágil e bem bolado, porém há um excesso de obscenidade que irá desagradar e até mesmo soar desnecessário. Assim como no ano passado o filme ‘Selvagens’ de Oliver Stone tinha a intenção de provocar, mas parece ter perdido o jeito, aqui acontece o mesmo. Há um sentido, ou ao menos deveria, mas fica escondido no meio de tantas situações degradantes. O grande ponto forte do filme então fica sendo o ótimo James Franco, simplesmente genial. Ele na pele de um traficante chamado Alien é hilário e assustador. Embora metade do que ele fale não se aproveite, a outra metade “detona” e “esnoba” o conceito de estilo de vida americano. Sem dúvidas sua personagem será uma das melhores do ano. Mas no restante o filme é só uma exibição de quatro belos corpos, e o quanto os jovens podem fazer bobagens.


NOTA: 7








Elenco reunido:






Compare:

Estas garotas…



… nem parecem as mesmas garotas, não é mesmo?





Direção: Harmony Korine


Elenco: Selena GomezVanessa Hudgens, Ashley Benson (‘Pretty Little Liars’)  Rachel Korine estrelam. James Franco


Sinopse: Quatro adolescentes assaltam um restaurante de fast food para poderem juntar dinheiro e tirar férias na praia, mas são presas logo que chegam no local.


Trailer:






  

  

  

  

  




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