ESPECIAL OSCAR 2013 – Crítica: No




Direção: Pablo Larraín


Elenco: Gael García Bernal, Alfredo Castro, Antonia Zegers, Néstor Cantillana, Luis Gnecco, Marcial Tagle, Diego Muñoz, Manuela Oyarzún.


Sinopse: Em 1988, o ditador chileno Augusto Pinochet, diante da pressão internacional, convoca um referendo sobre o seu mandato. Os líderes da oposição convencem o jovem publicitário René Saavedra (Gael García Bernal) a liderar sua campanha. Com pouquíssimos recursos e permanente vigilância dos guardas de Pinochet, Saavedra e sua equipe criam um audacioso plano para vencer a eleição e libertar seu país da opressão.


Oscar: representante do Chile como candidato na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.

Trailer:



O Minha Visão do Cinema continua sua corajosa saga de críticas de todos candidatos ao Oscar 2013, e já estamos entrando na reta final. Agora iremos falar de No, filme chileno que fez certo “hit” e concorreu a Melhor Filme Estrangeiro. O protagonista é o conhecido Gael García Bernal, um publicitário que tem como objetivo criar uma campanha que faça a chapa do No (Não) vencer o referendo e derrubar o ditador Augusto Pinochet.

Um fato interessante sobre a produção é seu estilo amador. O diretor optou por um estilo trêmulo, quase sem foco e com “ar de velho”, ao filmar sua estória. Utiliza-se aqui elementos documentais, dando a impressão de que estamos mesmo naquela época. Vídeos e fotos reais da época e suas personalidades dão ainda mais a sensação de nostalgia. Mesmo não inovando muito, o diretor Pablo Larraín mostra segurança no que faz.


O elenco é bom, onde seus diálogos envolvendo debates e discussões (em alguns momentos irônicas) exigem bastante de sua oratória. Gael García Bernal manda bem em seu papel, sendo o único realmente famoso no filme. Sua personagem é visionária, pois encara de maneira diferente o que é propaganda e publicidade. Ele acredita numa mensagem positiva, para assim ganhar a eleição e derrubar o autoritarismo. Ele não é o único de importância nesta missão, mas é o maior responsável pelo sucesso de tal.

Usando celebridades, números musicais e como símbolo um arco-íris, a mensagem positiva da propaganda acaba chamando a atenção, e deixa a chapa do Sim em alvoroço. Como era de se esperar, os capangas do ditador tentam impedir, mas nada irá parar este grupo que tem por missão libertar seu país.

No seu roteiro, o filme abusa de metáforas e metalinguagem, sendo realmente uma agradável surpresa. Quando se fala em um filme político, logo se pensa que será chato. E na maioria das vezes é realmente! Mas aqui não, pois há uma missão, uma lógica. Há realmente pelo que lutar, e este confronto vem de forma diferente e alegre. Com direito a jingles e outras técnicas de chamariz, por vezes caricatas, No combate o mal com o bem.

Em determinado momento, há uma forte represaria por parte do governo, e vemos assim como realmente Pinochet tinha que cair. Com muito pouco recurso, mas uma originalidade e força de vontade única, No é uma agradável surpresa, sem deixar de passar sua mensagem política-social. Vale a pena conferir.

NOTA:8,5

PS: há uma nostálgica cena em que diversas celebridades americanas, incluindo Christopher Reeve (o eterno Superman) apoiam a campanha do No.



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