ESPECIAL OSCAR 2013 – Crítica: Lincoln (12 Indicações, Vencedor de 2 Oscar)




Direção: Steven Spielberg


Elenco: Daniel Day-Lewis, Tommy Lee Jones, Joseph Gordon-Levitt, James Spader

Lee Pace, Sally Field, Jackie Earle Haley, Michael Stuhlbarg, John Hawkes, Joseph Cross, David Strathairn, Tim Blake Nelson.

Sinopse: Daniel Day-Lewis dá vida ao 16º presidente dos Estados Unidos, durante o final de seu mandato, em uma época sangrenta. Em uma nação dividida pela guerra e por fortes ventos de mudança, o presidente Lincoln percorre um caminho de difíceis ações, a fim de terminar a guerra, unir o país e abolir a escravidão. Com coragem moral e força para obter sucesso, suas escolhas nesse período crucial mudam o destino das gerações que ainda estão por vir.



Curiosidades:



* Lincoln é baseado no best-seller Team of Rivals, do vencedor do prêmio Pulitzer. O projeto estava sendo desenvolvido há nove anos, mas só recentemente Spielberg aprovou o roteiro, uma adaptação de Tony Kushner para o livro Team of Rivals, de Doris Kearns Goodwins, lançado em 2005.



Oscar: foi o maior candidato ao Oscar 2013, recendo no total 12 indicações: Melhor Filme, Ator, Ator Coadjuvante, Diretor, Atriz Coadjuvante, Roteiro Adaptado, Trilha Sonora, Fotografia, Figurino, Edição, Direção de Arte e Mixagem de Som.




Trailer:



Falar deste filme pode não ser tão fácil. Talvez porque seja do mestre Steven Spielberg. Talvez porque recebeu 12 indicações ao Oscar, o que foi um alvoroço. E talvez porque ele não seja tudo isso!

Falando da parte técnica, a fotografia, o figurino, edição, mixagem de som, direção de arte; tudo é bom sim. Porém nunca é inspirador. Falta ar, falta fôlego nestes aspectos. O filme ganhou Oscar de Melhor Direção de Arte. Não é ruim, porém Anna Karenina e até Os Miseráveis foram muito superiores. Não mereceu esta estatueta!



Um outro fator desanimante ao assistir o filme é seu tempo de duração bem longo (2 horas e 20 minutos), se tratando de um filme político. Fica assim difícil de acompanhar tudo no filme. Se você não se interessa por história e política, certamente irá dormir. Alguns momentos, geralmente de coadjuvantes, são demasiadamente lentos e chatos. Steven Spielberg revela-se um tanto patriota e chato neste filme. Calmem, não me detonem ainda! Sempre fui fã de Spielberg e continuo assim. E o filme tem vários pontos positivos. Vamos lá?

Primeiramente, lógico; o roteiro é cheio de pontos altos. É maduro, perspicaz e centrado nas tramas políticas de Lincoln antes da liberdade dos escravos ser aprovada. Tommy Lee Jones entrega um papel coadjuvante de peso. Azedo, porém engraçado, o final deste personagem é surpreendente. O queridinho do momento Joseph Gordon-Levitt faz uma participação pequena mas radiante, como jovem filho de Lincoln. Sally Field entrega uma boa atuação como a esposa do presidente. Os momentos de discussão entre o casal é incrível. Toda a dramaticidade do excelente Daniel Day-Lewis faz o filme valer à pena por fim. 



Ele tem uma atuação monstruosa. Seu costume de sempre contar uma história e uma lição é cativante. Seus ideias de liberdade, seus tratos com a família, tudo é surreal até demais. Daniel é realmente parecido com Lincoln. Não haveria outro ator a não ser ele. Lá pela metade o filme me despertou. As discussões entre o presidente e sua esposa triste, seu filho revolucionário, o destaque de Jones, a trilha sonora boa mas modesta de John Williams, além da expectativa da abolição da escravatura; tudo cumina para um esperado e torcido desfecho.


Por fim, Lincoln é um filme que deverá ser apresentado em aulas de história, traz algumas agradáveis surpresas na metade final, mostra o mestre Spielberg em sua fase madura; além de nos blindar com uma brilhante atuação de  Daniel Day-Lewis, que merecidamente ganhou o Oscar de Melhor Ator. Apenas fica o alerta de que Lincoln poderia  ter tido mais ritmo na sua metade inicial, o que não desmerece o filme de ser uma obra imponente e madura.

NOTA: 8












  





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