Crítica : Caça aos Gângsteres (2013)



Direção: Rubens Fleischer


Elenco: Sean Penn, Josh Brolin, Ryan Gosling, Emma Stone, Robert Patrick, Anthony Mackie, Giovanni Ribisi e Holt McCallany.


Sinopse: Los Angeles, 1949. O mafioso implacável, nascido no Brooklyn, Mickey Cohen (Sean Penn) comanda o show nessa cidade, recebendo os ganhos desonestos das drogas, armas, prostituição e, se tudo ocorrer conforme ele deseja, de todas as apostas feitas a oeste de Chicago. E ele faz tudo isso com a proteção não só dos seus capangas, mas também dos policiais e políticos que estão sob seu controle. Isso é o suficiente para intimidar até mesmo o tira mais corajoso e esperto… a não ser que ele faça parte da pequena equipe secreta de policiais forasteiros do Departamento de Polícia de Los Angeles (LAPD), liderada pelos Sargentos John O’Mara (Josh Brolin) e Jerry Wooters (Ryan Gosling), que se unem para tentar acabar com Cohen. “Caça aos Gângsteres” é uma reconstituição completa dos eventos envolvendo os esforços do LAPD para livrar a cidade do comando de um dos chefões da máfia mais perigosos de todos os tempos.


Trailer:



O diretor  Rubens Fleischer alcançou status ao dirigir Zumbilândia. Depois do mediano 30 Minutos ou Menos, ele lança o que deveria ser sua obra máxima: Caça aos Gângsteres. Este é o primeiro filme de ação lançado e que vejo em 2013. Era um dos filmes mais esperados por mim neste início de ano. Após ser cancelada sua estreia no ano passado devido ao atirador na sessão do filme do Batman, ele acabou saindo agora em 2013. Parece que havia uma cena de tiroteio no cinema, e não cairia bem após esta tragédia. Enfim, o filme estreia com baixa arrecadação de bilheterias e críticas frias. Mas o que eu achei?

Nos últimos anos os filmes de gângster e mafiosos ganharam boas produções como Drive, O Homem da Máfia e Os Infratores. Mas Caça aos Gângsteres pretendia ser um novo clássico. Audácia nos trailers e propagandas de peso não faltaram. O que faltou foi roteiro. Infelizmente, Caça aos Gângsteres não é o filme nota 10 que pretendia ser. Poderia ter sido, e muito. Mas calma, ainda não disse que o filme é ruim. Na verdade é um entretenimento e tanto.


O maior brilho do filme se deve ao excelente elenco. Simplesmente todos atores são de renome e peso mundial. O quarteto de protagonistas Sean Penn, Josh Brolin, Ryan Gosling e Emma Stone são alguns de meus atores favoritos. Mas os outros também são de respeito. O grande problema é justamente o roteiro preguiçoso, que não se esforça em tirar o melhor do grandioso elenco. Eles atuam bem, mas nada de impacto. Embora não sejam ruins, nenhuma atuação seria indicada ao Oscar. Uma pena! Um desperdício de talentos natos. Emma Stone está simplesmente linda e maravilhosa, como sempre. Sean Penn está com cara de mal e tinha tudo para ser o vilão do ano! Mesmo com toda violência, em certo momento seu vilão parece preguiçoso. Mais uma vez, o roteiro raso e superficial deixa o time de incríveis atores “a ver navios”.



O diretor  Rubens Fleischer é seguro na forma que dirige as cenas de ação e tortura em seu longa. Muitas das cenas são boas, com tomadas de estilo e ritmo. Aliás; se tem uma coisa que este filme é, é estilizado! Câmera lenta, efeitos de rajadas de tiros, socos e nervos estourando em câmeras congeladas. Tudo com um jeito moderno, sem deixar de ser bem fiel à caracterização de época. Tudo lembra o final dos anos 40, com toda sua classe e glamour. Iluminação, maquiagem, figurino, ambientes e interiores de casas e cassinos, tudo muito bem desenvolvido. Na parte visual e explosiva, tudo foi bem feito. Parece que deram primazia ao aspecto visual do filme. Destaque para o estonteante vestido vermelho com rasgo na perna, de Emma Stone.


O filme tem um pouco de humor, mas bem pouco. Se leva a sério demais o tempo todo, e isso pode ser um desafio. O esquadrão liderado por Josh Brolin e Ryan Gosling tem química e parece mesmo serem os mocinhos. Toda a sequência final é ótima no quesito ação. Porém faltou tensão. Pela última vez aqui digo que faltou um roteiro mais profundo, que exigisse mais dos atores e das situações. Faltou pressão psicológica. Mesmo assim não deixa de ser uma bela obra escapista.




O filme irá agradar aos menos exigentes. Eu esperava mais, mas como curto filmes de época, tirei deste fato fonte de elogios. O elenco pelo menos tem carisma. Mesmo não sendo um filme profundo e cheio de reflexões, Caça aos Gângsteres nos traz de volta a um tipo de filme escasso, máfia e gângsteres, que um dia já fizeram de Hollywood fonte de renda. Volte a ter certa nostalgia em ver uma produção de gala, regada à pólvora e carrões antigos. Uma dose de charme de alguns personagens e um vilão tipicamente cruel completam a receita para um filme que tentou ousar. Mesmo sem tanto sucesso, o filme não é ruim como andam dizendo. Apenas desligue o cérebro e assista à uma boa fita policial.

Acabamos por fim torcendo para nossos heróis, querendo matar o vilão e ficar com a mocinha. Caça aos Gângsteres merece uma chance por ter uma história cheia de charme a ser contada. De qualquer maneira indico este filme, com muita pipoca e refrigerante; nos dando uma recreação e tanto.

NOTA: 7,8

  





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