UMA MADRUGADA – DOIS CLÁSSICOS

Que amo cinema não é nenhuma novidade. Mas há um interesse especial que ainda não comentei aqui. Minha admiração pelo terror. Sim amigos leitores; amo suspense, terror e todos tipos de thrillers … separadamente dos demais gêneros de filmes. Sobre o gosto por esses filmes farei uma matéria especial mais adiante. Vou falar agora de dois clássicos do terror que assisti na madrugada retrasada. 






Mestre dos Desejos
Nome original: Wishmaster
Ano: 1997
Diretor: Robert Kurtzman

Vou aqui contar algo que apenas os mais atentos, ou quem lê bastante já descobriu: absolutamente quase todas histórias infantis hoje em dia, os clássicos dos livros, esses contos de fada que viram filmes da Disney; sim essas doces histórias que tem a moral “felizes para sempre”, quando escritas originalmente eram contos de terror. Sabiam disso? Esqueçam as histórias como elas são. Suas primeiras versões eram sombrias, góticas e pesadas. Ás vezes inspiradas em algum tipo de lenda, deuses ou tragédia. Esse é o legal de Mestre dos Desejos. Mas afinal de que história ele é a versão sombria? Dos gênios da lâmpada. Lembra-se de Aladin ou As Mil e Uma Noites? 

Acontece que o filme começa na Pérsia antiga, onde um Djinn (os verdadeiros gênios, seriam um tipo de demônios que andam entre o mundo real e os das trevas), esse Djinn faz um grande estrago. Quem o desperta pode realizar 3 desejos. Porém ao término do terceiro desejo,  esta criatura poderá ficar livre no nosso mundo. Imagina o estrago! No filme ele fica preso não numa lâmpada, mas numa linda opalina vermelha (uma pedra preciosa). Enfim ele é aprisionado na pedra, mas nos dias atuais é libertado ao nosso mundo, onde começa todo o horror. Ele persegue Alexandra, a garota que o libertou (a atriz Tammy Lauren), para que ela possa realizar os 3 desejos e ele ser liberto. Mas ele também realiza um único desejo a quem cruza seu caminho. E o que tem de terror nisso? Ele destorce os desejos, os sonhos e os pedidos, transformando tudo em pesadelo. Por exemplo há uma moça que gostaria de permanecer linda. Ele a transforma em um manequim. Esse é o fato mais leve do filme, mas mesmo assim é inteligente. 



Não é um filme inesquecível, tem aqueles erros que já estamos acostumados em filmes de terror. Mas pelo menos tem algumas ideias novas pra época (1997 nem faz tanto tempo assim).  Mas os pontos fortes do filme são justamente algumas críticas á sociedade vazia, ao uso da verdadeira origem dos gênios e de algumas curiosidades que só amantes de terror vão se tocar. Vou listá-las:

– nesse filme ocorre uma reunião de vários nomes do cinema de terror: o famoso diretor Wes Craven (das sagas Pânico, Quadrilha de Sádicos, o primeiro e o sétimo A Hora do Pesadelo) foi o produtor do filme. Há participações mais que especiais de atores desse meio: Kane Hodder (o Jason da saga Sexta-Feira 13), Robert Englund (o Freddy Krueger da saga A Hora do pesadelo), Tony Todd (de Candyman e Terror no Pântano), além de Angus Scrimm e Reggie Bannister (ambos da ótima saga O  Fantasma);
– na cena da festa na casa de Beaumont, uma estátua do demônio Pazuzu (entidade que possui a personagem Regan MacNeil em “O Exorcista“, 1973) pode ser vista em um display;
– teve 3 continuações direto em em VHS, todas fracas perto deste (ainda não vi, dizem que o segundo até vale uma olhada).


NOTA: 8




O Antropófago

Nome original: Antropophagus
Ano: 1980
Diretor: Joe D’Amato
Enredo: Um grupo de turistas em uma viagem de navio é forçado a parar em uma ilha onde percebem que a maior parte da população desapareceu e algo os está perseguindo. Dentro de uma mansão do local, o grupo descobre em um antigo diário que serão alimento para um assassino canibal.



Cineastas italianos… que fôlego eles tinham! Joe D’Amato só é um dos vários que em outra hora vou comentar. Para quem não sabe a Itália já foi uma das maiores produtoras de terror de todos os tempos. Foi um dos primeiros países a fazer filmes realmente fortes, com cenas de sexo, muita violência gráfica e cenas bizarras. Tem filmes italianos que até hoje são proibidos, causam polêmica ou algum tipo de discussão.

Esse filme não é diferente. Apesar de não ter sexo, é um filme bastante forte, com cenas doentias e nojentas (na opinião da censura de alguns países). Eu não achei nada disso, mas talvez pra época até fosse.

O grande destaque vai para o jogo de câmeras e movimentos que o diretor nos apresenta. Mesmo sendo um filme antigo e nos moldes italianos (o que pode incomodar quem nunca viu algo desse tipo), é incrível do ponto de vista crítico a movimentação e ambientação do filme. É o que falta nos filmes de terror de hoje em dia. Mesmo com bons atores, efeitos especiais moderníssimos etc, falta a mágica, o clima, a nostalgia dos filmes antigos. Falta aquela coisa precária e falsa, mas que davam o charme do filme. E mesmo assim Joe D’Amato dirige bem o filme. As cenas dentro da caverna do canibal, ou dentro da casa no escuro durante uma tempestade, ou a câmera passando sobre as escadas… é algo que só quem tem olhar crítico percebe. Pra quem curte filmes de terror diferente, um tanto bizarro, mas mesmo assim cult, é um entretenimento muito bom.

NOTA: 8




Algumas informações e curiosidades eu retirei de um blog de terror de um amigo, que conheço e sigo a um ano. Realmente recomendo que vocês acessem: http://deadlymovies.blogspot.com.br/

Era isso, um grande abraço!


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